domingo, 29 de janeiro de 2012

ACEITAR A VIDA

ACEITAR A VIDA

  A compreensão, a flexibilidade e a adaptação são condições importantes em nossas vidas a fim de que possamos construir, gradativamente, o nosso bem-estar mais perene.
    Lenice observou que Maria Luiza, sua nova companheira de trabalho, apresentava a fisionomia muito tensa, denotando frustração ou grande preocupação.
    Aproximou-se dela e falou-lhe:
    - Que acontece, Maria Luiza, você parece tão tensa, tão preocupada?
    - Ah, está sendo muito difícil para mim a mudança de cidade, mudança de trabalho, dificuldade em fazer novos amigos. Estou muito aborrecida. Aqui, no trabalho, só você me dá atenção, minhas vizinhas passam por mim e não me cumprimentam.
    Está muito difícil viver nesta cidade.
    - Não Maria Luiza, você está com uma visão equivocada de nosso ambiente de trabalho e das pessoas de  nossa cidade. Vamos fazer o seguinte: no intervalo, em nosso horário do almoço, vamos voltar a conversar sobre isso, está bem?
    - Sim! Estou precisando da sua ajuda, Lenice.
    - Pois é Maria Luiz, retomando a nossa conversa, vou recontar a você uma história que ouvi, ontem, na palestra sobre: Aceitar a Vida que o expositor Enilton fez, no Centro Espírita “Evolução”:
    Em uma pequena cidade, logo na sua entrada, morava um velho que era tido como uma pessoa de muita sabedoria e bom, senso por todos.
    Certa feita ele estava como de costume, em frente de sua casa, quando parou um carro e uma senhora o saudou e já lhe foi dizendo:
    - O senhor mora aqui há muitos anos, certo?
    - Sim!
    - Estou mudando-me para cá. O senhor pode me dizer se, nesta cidade, eu encontrarei pessoas amigas, fáceis em se fazer amizades?
    - Sim. Tenha certeza de que, em nossa cidade, a senhora encontrará pessoas boas, amigas, fáceis de fazer amizade. Logo a senhora estará entrosada em nossa comunidade.
    - Muito obrigada! Eu sabia que iria encontrar pessoas assim. O senhor já me parece uma delas. Até logo!
    Um jovem que se postava próximo do velho, disse-lhe:
    - Ei Vô, ela parece uma pessoa legal, não é?
    - Por certo, meu caro.
    Passados alguns dias...Lá está o velho, na sua rotina, sentado diante da casa e o jovem ao seu lado. Para um carro. O motorista gritou-lhe:
    - O senhor mora aqui há muito tempo?
    - Sim, meu jovem.
    Tive que me mudar para esta cidade. É desagradável mudar de cidade, ter que fazer novas amizades, nem sempre é fácil. Em uma cidade pequena como esta, acho que as pessoas são “bairristas”, não aceitam fácil pessoas novas. São orgulhosas!
    - O senhor tem razão. Terá dificuldade em fazer novas amizades. Encontrará pessoas orgulhosas...
    - Eu sabia, eu sabia que não ia ser fácil! Obrigado, farei o que for possível para me adaptar...
    Partiu velozmente, com o carro.
    O jovem que a tudo acompanhara, olhou para o velho e lhe disse:
    - Vô, mas o senhor é mentiroso, pois para a mulher ou para o homem o senhor mentiu.
    Meu filho, eu não menti. Cada um deles está mostrando como aceita a vida.
    A jovem senhora, refletindo o que está no seu interior encontrará pessoas que são amigas, boas e ela fará amizades com facilidade.
    Por outro lado, o moço, que já traz a prevenção dentro de si, conseqüentemente tem uma dose maior de orgulho e egoísmo, terá dificuldades para relacionar-se e ter amizades.
    - Entendeu?
-    Acho que sim...
Lenice silenciou... olhou para a amiga, que a acompanhava atenta, e perguntou:
    - Então, Maria Luiza, gostou da história do velhinho?
    - Gostei. Acho que tenho que reprogramar meus pensamentos e sentimentos, como disse o velhinho filósofo, preciso aprender a aceitar a vida.
    Isso mesmo, Enilton, o palestrante, disse que precisamos ser compreensivos e flexíveis na vida. Os psicólogos chamam isso de resiliência.
    Desenvolvendo o melhor de nós e isso  apresentando ao próximo, então, dele receberemos o melhor.
    Na vida, colheremos aquilo que plantarmos.
   
       
   
   

sábado, 28 de janeiro de 2012

NATAL DE JESUS


NASCIMENTO DE JESUS

            O mês de dezembro é um período de tempo que nos traz mais alegria e os dias são luminosos, belos e no ar paira um clima de maior fraternidade.
            Lembramo-nos do Natal de Jesus.
            Para historiadores, teólogos e outros especialistas em identificação de fatos marcantes da história a data é de polêmicas e controvérsias.
            Os argumentos contraditórios surgem desde  a fixação da data do nascimento de Jesus. Prossegue se foi em Belém ou não. Teria sido acolhido efetivamente em uma estrebaria.
            Então fatos históricos, mitos, lendas, costumes e tradições de povos se misturam...
            E  historiadores, teólogos e especialistas por muito tempo prosseguirão em seus debates e divergências...cada um tendo... a sua verdade!
            Porém, nada disso realmente importa para sentirmos o Nascimento de Jesus...em cada um de nós.
            A relevância do  nascimento de Jesus está na força das suas palavras e ensinamentos – a Boa Nova que ele nos trouxe.
            Vale lembrar seus principais balizamentos para indicar-nos a felicidade individual e coletiva:
            “ Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus,
            Bem aventurados os que choram, porque serão consolados.
            Bem aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
            Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
            Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
            Bem aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
            Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
            Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
            Bem aventurados sois quando, por minha causa vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
            Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus, pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós ( Mateus, cap.5, vv. 1 a 12)”
            O sentido profundo desses ensinamentos está na extensão da vida eterna que Jesus também ensinava e o balanceamento dos princípios da justiça e do amor nas ações humanas.
            Relativamente ao amor assim ensinou Jesus: “ Ouviste o que dito:  Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.
            Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;
            Para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos.
            Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?
            E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?
            Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” ( Mateus cap.6, vv.43 a 48)
            Essa a grande mensagem que Jesus traz com o seu nascimento – o primado do Amor, com o equilíbrio da Justiça.
            Nesse sentido exortou: “ Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei, e os profetas.” ( Mateus, cap. 7.v.12)
            Ao lado, pois, das comemorações exteriores, das trocas de presentes, da ceia em família, meditemos no nascimento de Jesus como o brado despertador do Amor e da Justiça em cada um de nós e na própria Humanidade.

ADORAÇÃO A DEUS



AMOR A DEUS

            Na primeira pergunta de O Livro dos Espíritos interroga-se:
            “Que é Deus?
            A resposta foi de uma profundidade muito grande:
            “ – Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
            Em todos os tempos e em todas as épocas os seres humanos sempre se renderam a esse Poder Supremo, seja pelo medo ou pelo amor.       
            De alguma forma as comunidades humanas, desde as tribos mais primitivas até os povos mais esclarecidos sempre temeram ou adoram a Deus.
            Vale então a pergunta:
            “Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?
            - Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes “ ( Questão nº654 de O Livro dos Espíritos)
            Quando olhamos ao derredor  encontramos a vida estuante e bela a se revelar do microcosmo ao macrocosmo.
            Descendo às profundezas da estrutura atômica ou subindo às alturas infinitas do Cosmos, no encontro com planetas, sóis, cometas e galáxias, sentimos a grandiosidade do criador da Vida – Deus – Inteligência Suprema do Universo e Causa Primária de todas as coisas – a quem Jesus amorosamente chamou de Pai Nosso.
            Pensemos e sintamos: Aquele que criou maravilhosamente tudo o que existe, em um determinado momento criou-nos, como espíritos eternos e imortais.
            Meditar e refletir diariamente sobre essa verdade produzirá profundas alterações em nosso modo de ser e de sentir.
            Diante de situações que nos sejam aflitivas, lembremo-nos de Deus que criou-nos para a felicidade e em direção a ela estamos caminhando, a cada dia, mesmo enfrentando as dores do corpo ou da alma.
            Considerando que Deus criou todas as coisas de forma bela, procuremos o lado bom que existe nas coisas e nas pessoas, sem fugir da realidade.
            Em muitas situações da vida, quando a provação nos visita, caímos no desânimo, no entanto, compreendendo as Leis da Vida e com a visão da Sabedoria e Magnanimidade Divina, entenderemos que simplesmente estamos diante de lição que precisaremos aprender tendo em vista a vida eterna.
            Confrontados por conflitos no relacionamento, quando seres queridos de nós se afastam física ou psicologicamente, recordemos que Deus não nos colocou desnecessariamente no caminho daquelas pessoas, pois mesmo com os seus afastamentos, por certo, alguma lição para o nosso aprimoramento espiritual elas nos trouxeram.
            Às vezes a carência material impõe-nos preocupações e aflições, no entanto, com a compreensão de Deus em nossa vida, poderemos entender melhor se os nossos atos estão sendo de bom senso e criteriosos ou se a imprevidência e a irresponsabilidade geraram a escassez que hoje nos atormenta.
            Sentirmos Deus em nossas vidas deve ser um exercício diário, independentemente da intermediação de religiosos, eles podem nos ajudar, mas não podem substituir nosso contato íntimo e pessoal com o Pai Supremo.
            Alegremo-nos em pensar que Ele pensou em nós e, então, nós pensamos n´Ele. Assim serão momentos mágicos em que, numa cumplicidade transcendente, nós nos encontramos: a criatura e o Criador.
            Não nos esqueçamos de que somos frutos da sua magnanimidade, portando precisamos aprender a refletir a bondade divina em nossos pensamentos e ações.
            Sentir Deus é sentirmos a alegria, o otimismo, a esperança, a coragem e a convicção de que, gradativamente, estamos realizando o projeto da nossa plena felicidade.
            Sentir Deus é agradecermos a existência do próprio “Eu”, a vida que pulsa em nós, o ar e o alimento que nos sustentam, o grão de areia, as estrelas, a água e o solo firme, os vegetais e os animais, as afeições que nos aquecem e alimentam, as dificuldades que nos estimulam a evoluir e as vitórias que nos alegram.
            Desejemos sempre sentir Deus em nossas vidas.      .
              

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

RESIGNAÇÃO E RESISTÊNCIA

A RESIGNAÇÃO E A RESISTÊNCIA

    “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados” Jesus ( Mateus, cap. V, v. 5).
    No sentido em que Jesus ofereceu o consolo aos que choram depreende-se que esse choro é causado pela aflição do sofrimento; por algum tipo de dor, seja ela física ou moral.
    Dificilmente haverá uma pessoa que ao  atingir a maioridade não tenha sofrido algum tipo de dor. Que, de alguma maneira, não tenha vertido o pranto dolorido.
    Diante da dor poderemos adotar dois tipos de comportamento: a resignação e a resistência.
    No dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição para resignação: “ 3. Submissão paciente aos sofrimento da vida” .
    Nele encontramos, também, com a definição para resistência: “3.     Força que defende um organismo do desgaste de doença, cansaço, fome, etc.”
    No decorrer da vida, o ser humano depara-se com dores como: doenças, fracasso financeiro, fracasso amoroso, morte, entre outros tantos.
    Como reagir, então, ante os sofrimentos?
    Poderemos ter dois tipos de comportamento: resignação - comportamento passivo e resistência - comportamento ativo que busca solução para acabar ou diminuir o sofrimento.
    No enfrentamento ao sofrimento  deveremos ter as seguintes atitudes:
    1. Ter uma percepção clara da fonte do sofrimento.
         Separar aquilo que é real da imaginação.
    2. Analisar os possíveis recursos para superar a dor.
                Como deveremos agir com entendimento, bom senso e o que fazer para sobrepujar a dor.
    3. Aceitar o que pode e o que não pode ser modificado, mudando a forma de enfrentamento para uma ação ou vivência mais adequada e que diminua o sofrimento.
                Compreensão realista  para agir adequadamente.
    4. Os fatos são importantes ( causas da dor ), porém  o mais importante é a maneira como se enfrenta os fatos ( estado emocional), de modo realista ou fantasioso.
       Ter, dessa forma, a visão clara do foco da dor e da melhor forma de se comportar  diante dele, procurando sentir a realidade e fugir da ilusão e da imaginação exacerbada.
    Seguindo esses passos poderemos enfrentar a dor melhor preparados para agir pelo caminho da resignação ou pela senda do enfrentamento.
    Estaremos, deste modo, aparelhados, com  equilíbrio emocional, para calmamente atuarmos a fim de eliminar ou diminuir a dor que nos aflige.
    É atribuída ao teólogo Reinhold Niebuhr a Oração da Serenidade, que assim propõem: “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”.
    Consideremos, ainda, o Espiritismo nos ensina que a dor, seja ela qual for, não é um castigo divino, pois Deus não castiga, Ele educa e aprimora seus filhos, suas criaturas, pelos caminhos da evolução no sentido da felicidade.
    Portanto, a dor tem um caráter educativo e precisamos, pois, retirar dela as experiências pedagógicas que nos oferece.
    Resignação e resistência são dois instrumentos importantes na construção da nossa felicidade.
    Vamos treinar para usá-las sempre e, cada vez, de forma mais apropriada e eficiente.
              
   
   

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A CULPA E O ARREPENDIMENTO

              Conversava com o meu amigo José quando ele, de inopino, me disse:
            - Estou chateado... Falei umas coisas para minha mulher e num tom áspero e, agora, estou chateado. Arrependido. Como é difícil a gente viver bem, né?
            Falei-lhe:
            Você tem razão. Isso até já me levou a pensar muito e até a escrever sobre a questão.
            - É? Eu gostaria de ler o que você escreveu.
            - Fui até o escritório e trouxe a página escrita.
            - Leia, por favor.
            - Sim, respondi-lhe. Eu mesmo preciso ler e meditar muito sobre esse tema. Vamos lá. Iniciei a leitura:
            Todos nós desejamos estar em estado emocional de harmonia; é uma meta para o bem-estar, porém nem sempre isso é possível.
            Um estado que desestrutura o nosso emocional é a culpa.
            Para sentirmos a culpa, precisamos ter um padrão de comportamento que nós respeitamos e que é aceito e mesmo exigido pelo grupo social a que pertencemos e pela cultura social que nos envolve.
            Desta forma as infrações às normas morais, sociais e mesmo legais são variáveis no tempo, no espaço e entre as culturas..
            Embora essa diversidade há, porém, conceitos gerais sobre a culpa quando, por exemplo, praticamos atos que atentam contra o direito do próximo. Fere a sua integridade física, psicológica ou espiritual.
            No entanto, há certos condicionamentos que vêm desde a formação familiar de, sutilmente, despertar um sentimento de culpa quando não atendemos a interesses e mesmo exigências de familiares e, por conseqüência, de outras pessoas além do reduto doméstico.
            Quando praticamos um ato, pronunciamos uma palavra que depois de realizados  nos arrependemos deles e sentimos culpa, a nossa reação, em seguida é de:
            a) sentirmos que, como pessoa, não temos valor;
            b) justificarmos, a qualquer custo, o nosso comportamento;
            c) ser por demais doloroso e difícil examinarmos o comportamento tido como inadequado.
            É claro que o nosso comportamento deverá sempre adequado de maneira que não venhamos a ferir os direitos do próximo, no entanto, deveremos considerar que não somos ainda espíritos perfeitos, como nos diz o Espiritismo.
            Se constatarmos que agimos deliberadamente mal intencionados é óbvio que se imporá a devida reparação, pelo contato direto com o ofendido ou se foi algo mais grave teremos a dosagem da reparação pelas leis humana ou pela lei Divina.
            A culpa deve ser um estado emocional e mesmo sentimental que nos proporciona a avaliação daquilo que fizemos, de forma sincera e honesta.
            Com essa clareza de visão deveremos, então, agir no sentido da reparação do que não foi bem feito e aí,  “cada caso é um caso “.
            Assim pensando e agindo concluiremos que:
            a)  todos nós temos valor, independentemente dos possíveis atos inadequados que praticamos, pois somos espíritos em evolução;
            b) deveremos aceitar o nosso comportamento e, mesmo se agimos por impulso, reconhecê-lo com sinceridade e honestidade;
            c) por mais doloroso que seja, somente nos reequilibraremos emocional e sentimentalmente se admitirmos a prática daquele ato.
            Conseqüentemente, deveremos estar preparados para a reparação que a culpa nos indica.
            A culpa bem entendida é poderoso instrumento para o nosso aprimoramento, no entanto não deve ser confundida com aqueles estados que nós geramos e que nos levam à depressão ou aqueles que outras pessoas procuram nos inculcar para nos explorarem emocional e sentimentalmente.
            Quando alguém quer nos imputar a culpa deveremos fazer a análise racional se aquilo é verdade ou não. Se for, já sabemos o mínimo que nos compete fazer, se não for torna-se necessário mostrar para a pessoa a sua conduta exploradora e manipuladora.
            Terminei a leitura.
            - Você me dá uma cópia?
            - Claro, ela não é minha, pois o que aí está é uma síntese do que tenho lido em autores espíritas ou não.
            - Agora vamos para o exercício, que não é fácil – completou José.
            - Pois é, e agora José?
           


A IMORTALIDADE DA ALMA E A SUA EVOLUÇÃO

             Meu amigo Arnaldo é uma pessoa muito inteligente e estudiosa em vários campos do conhecimento humano.
            Nosso diálogo se desdobrava em torno da existência da alma e a sua imortalidade.
            Arnaldo argumentava que a concepção de alma ou espírito é muito vaga, por conseguinte ele optava, racionalmente, por não acreditar na sua existência.
            Por coincidência ou não, naquela noite teríamos no Centro Espírita Amor e Verdade uma palestra com Manoel Luiz sobre o tema: A imortalidade e a evolução da alma.
            Convidei Arnaldo para comparecer. Ele aceitou.
            Na hora aprazada lá estávamos ouvindo:
            - A alma possui sua individualidade antes de se ligar a um corpo físico e a conserva depois de se haver separado do corpo material.
Encontramos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação Divina e povoam o Universo.
A inteligência é um atributo essencial do Espírito.
O Espírito e a matéria são distintos um do outro, mas a união do Espírito e da matéria  é necessária para o aprimoramento do Espírito e da matéria.
O Espírito é composto de matéria quintessenciada.
Os Espíritos estão por toda parte e povoam os espaços infinitos.
Muitos deles estão ao lado das pessoas: observando-as, ajudando-as ou atrapalhando-as, de acordo com a “afinidade” que têm, nas áreas da: inteligência, sentimento, emoção e ato com elas.
Os Espíritos são uma das potencias da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para a execução de sua vontade.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e atribulações da vida corporal ( questão nº 133 de O Livro dos Espíritos)
Ele deverá sair desse estágio para atingir a perfeição que lhe é compatível, desfrutando, então, a plena felicidade.
Não há privilégio na Criação Divina, todos são criados de igual forma e devem desenvolver-se através das experiências que lhe são necessárias.
Nesses conceitos da Doutrina Espírita encontramos valores importantes para a nossa vida, em nosso viver cotidiano.
Por consequência, a imortalidade deve levar-nos a compreender melhor as limitações da vida física e valorizá-la na perspectiva de que é importante oportunidade que estamos tendo, contudo ela é apenas “um momento” de nossa vida. Isso deve ajudar-nos a diminuir o orgulho, a vaidade e o egoísmo e a estimular a justiça e a solidariedade.
Abre-se, pois, uma perspectiva de confiança, esperança, otimismo e fé em si mesmo e também na Causa Primária de todas as coisas – Deus.
Que essa visão de liberdade e evolução nos inspire, sobretudo nas horas de dor e sofrimento, a Esperança no futuro permanente e grandioso que  nos espera.
Manoel Luiz, o expositor, terminou sua fala.
À saída, no retorno às nossas casas, indaguei de Arnaldo:
- O que você achou?
- Sinceramente, não digo que já aceito a existência e a imortalidade da alma, mas estou levando muito material para minhas reflexões... quem sabe... e  pretendo continuar nosso diálogo sobre o assunto.
Despedimo-nos; eu, igualmente, pensando muito sobre o assunto.

A IMORTALIDADE DA ALMA

“ Que é o Espírito?

-          O princípio inteligente do universo.” ( Questão nº23 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)

“Em que sentido se deve entender a vida eterna?
-  A vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna a vida eterna.” ( Questão nº 153 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)
                                                        
A alma possui sua individualidade antes de se ligar a um corpo físico e a conserva depois de se haver separado do corpo material.
Allan Kardec, na codificação do Espiritismo, procurou conceituar que a alma seria o espírito ligado à matéria e Espírito quando estivesse livre do corpo físico, no entanto essa precisão de linguagem não foi acatada e hoje, na literatura espírita, usam-se os termos alma e espírito indistintamente.
Encontramos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação Divina e povoam o Universo.
A inteligência é um atributo essencial do Espírito.
O Espírito e a matéria são distintos um do outro, mas a união do Espírito e da matéria  é necessária para o aprimoramento do Espírito e da matéria.
O Espírito é composto de matéria quintessenciada.
É difícil, no momento, conhecermos a essência do Espírito, pois faltam termos de comparação e uma linguagem eficiente.
A dificuldade para compreensão é muito maior do que a de um cego de nascença para definir a luz.
Os Espíritos estão por toda parte e povoam os espaços infinitos.
Muitos deles estão ao lado das pessoas, observando-as, ajudando-as ou atrapalhando-as, de acordo com a “afinidade” que têm, em termos de: inteligência, sentimento, emoção e ato com essas pessoas.
Os Espíritos são uma das potencias da natureza e o instrumento de que Deus se serve para a execução de sua vontade.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e atribulações da vida corporal (questão nº 133 de O Livro dos Espíritos)
Poderemos entender a expressão: “simples” como sendo o Espírito que ainda não desenvolveu as suas potencialidades nas áreas do sentimento, inteligência, emoção e ação.
Por outro lado, a qualificação “ignorante”, como sendo o estado daquele Espírito que “ainda não sabe”, que “desconhece”.
Ele deverá sair desse estágio para atingir a perfeição que lhe é compatível, desfrutando, então, a plena felicidade.
Não há privilégio na Criação Divina, todos são criados de igual forma e devem desenvolver-se através das experiências que lhe são necessárias.
Nesses conceitos da Doutrina Espírita encontramos valores importantes para a nossa vida, em sua essência, e em nosso viver diário.
A nossa imortalidade deve levar-nos a compreender melhor as limitações da vida física e valorizá-la no sentido de que é uma importante oportunidade que estamos tendo, mas ela é apenas “um momento” de nossa vida. Isso deve ajudar-nos a diminuir o orgulho, a vaidade e o egoísmo.
Ao dizer-nos que Deus criou-nos a todos de igual forma e para todos estabeleceu a meta da plena felicidade, revela-nos o Amor Supremo de Deus e  a sua Justiça para com todos os Espíritos que ele criou.
Nesse inicio comum e meta para todos, podemos encontrar os fundamentos da fraternidade e da solidariedade que deve inspirar todos os seres humanos.
Abre-se, pois, uma perspectiva de confiança, esperança, otimismo e fé em si mesmo e também na Causa Primária de todas as coisas – Deus.
Que essa visão de imortalidade, liberdade e evolução inspire-nos, em todos os momentos, a Esperança no futuro permanente e grandioso que  nos aguarda, alcançável pelo mérito de nossas realizações.

ADORAÇÃO A DEUS

            Nosso grupo de estudo, naquela noite, debruçava-se sobre a Lei de Adoração, constante da 3ª Parte de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, desejando entende-la ou ampliar o seu conhecimento sobre ela.
            Luciano, o coordenador do grupo, afirmou:
            - De início já vou citar a questão formulada por Allan Kardec: “ Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?” Ao que, os Mentores Espirituais esclareceram: “ Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes”.
            - Interessante, aparteou Antonio:
            Parece que essa colocação do assunto leva-nos a uma visão que o conceito de adoração, no Espiritismo, apresenta a adoração a Deus como forma de participação na sociedade. É isso?
            - O que você opina, Lourdes?
            - É parece que para se fazer o bem e evitar o mal é necessário que o ser humano seja participante da sociedade em que vive, através de ações que preservem os próprios direitos naturais, como também, dentro de suas possibilidades, defenda os direitos naturais do seu semelhante.
            Ricardo, com o seu temperamento alegre, exclamou:
            - Olha aí, não só a espírita, como, também, a ilustre advogada aprofundando a questão.
            - Sem gozação, Ricardo, porém acrescento: de nada vale a adoração exterior manifesta em rituais e posturas falsas, se o comportamento da pessoa é motivada pelo egoísmo, orgulho, vaidade e prepotência.
            Com a sua tranqüilidade, Luciano aduziu:
            - Para fazer o bem e evitar o mal é necessário procurar extinguir o orgulho, a inveja, o egoísmo, a vaidade e a prepotência, não só em si mesmo, como também das instituições sociais.
            Interessante, Luciano, prosseguiu Ledir:
            - Esse conceito de adoração a Deus leva não só à reforma íntima, ou seja, à auto-educação da pessoa, como à reforma da sociedade em seus padrões de egoísmo e orgulho, em nome das quais se justificam as desigualdades e as injustiças.
            - É verdade Ledir, há líderes religiosos que afirmam dever a religião cuidar apenas da alma; e nesse cuidar da alma justifica-se a submissão total que leva à alienação social.
             O Espiritismo não apresenta um conceito de adoração fundamentado na submissão passiva e medrosa ao Criador.
            Torna-se necessário ter cuidado afim de que a religião, e nela a adoração a Deus, não se torne instrumento dos poderosos do mundo  para manipulação do povo, de conformidade com os seus interesses pessoais ou dos grupos a que pertencem.
            Paulo, que se mantivera em silêncio até então, interferiu:
            - Estava pensando... O Espiritismo ajuda na compreensão das limitações humanas e na proteção divina, nunca apelando a uma submissão castradora, de inibição às potencialidades humanas. Pelo contrário, demonstra que a oração ao aproximar a criatura ao Criador, constitui-se numa possibilidade de estudo de si mesma. As boas ações são as melhores preces, por isso valem os atos mais que a palavra de pessoas cujos atos as desdizem.
            - É Paulo, falou tranqüilamente Terezinha,  segundo o Espiritismo, o valor de uma religião , filosofia ou seita está em promover o crescimento, a força, a liberdade àquelas pessoas que a professam e, conseqüentemente, as levam a fraternidade e à solidariedade.
            Após algum tempo de análises e debates sobre as essenciais condições para a adoração a Deus, sob a ótica espírita, Luciano arrematou:
            - Bem pessoal, penso que, após o nosso diálogo, poderemos sintetizar assim: “ o conceito espírita de adoração infunde um profundo respeito pela Vida, uma permanente indagação sobre o universo e o homem, um intrínseco amor pelo semelhante. Estimula sempre o aperfeiçoamento e o progresso da pessoa e da sociedade, através da solidariedade”.
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