sábado, 11 de agosto de 2012

DIA DOS PAIS



DIA DOS PAIS

             Caminhava pela calçada quando, com passos apressados, alguém se emparelhava comigo. Era o jovem Marcos.
            Olá, tudo bem com o senhor?
            - Sim, tudo bem!
            Indaguei-lhe: - aonde vai, com tanta pressa?
            - Vou comprar um presentinho para meu pai.
            Falando nisso, embora esteja indo comprar esse presente, o senhor não acha que essa de dia dos pais é uma criação do comércio para vender mais?
            - É, de fato, pode haver um aspecto comercial nisso, mas a “história” é mais antiga. Originalmente a homenagem aos pais não começa pelo comércio, nem por especialista de “marketing”.
            - Não? Então como começou?
            - Vem lá de longe. O Dia dos Pais tem origem na antiga Babilônia, há mais de quatro mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu em argila um “cartão”. Nele expressava, desejando ao pai, sorte, saúde e longa vida.
            - Ah! Que interessante?
            - Pois é, Marcos, depois disso os registros sobre esse evento assinalam que, em 1909, nos Estados Unidos da América do Norte, Sonora Luise resolveu criar o Dia dos Pais motivada pela admiração e carinho que sentia por seu pai John Bruce Dodd.
            O interesse pela homenagem espalhou-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e envolveu o país.
Sob o aspecto comercial, atribui-se ao publicitário Sylvio Bhering a criação da estimulação de compras de presente para fazer a homenagem ao pai.
Com a aceitação popular, em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia do Pai. Porém, naquele país o dia é comemorado no terceiro domingo de junho. È curioso que o dia da comemoração vária de um país para o outro. Em Portugal, por exemplo, é comemorado dia 19 de março. No Brasil, e em alguns outros países, no terceiro domingo de agosto.
- Puxa, muito interessante, o senhor parece uma enciclopédia.
- Não! Não sou enciclopédia. A enciclopédia que me forneceu essas informações foi a Wikipedia, na internete.
- De qualquer forma, valeu!
- Sim, Marcos, porém temos que observar o lado espiritual dessa comemoração e isso posso comentar com você.
Ao lado da mãe, o pai tem uma tarefa muito importante, no lar, junto aos filhos, sejam eles biológicos ou não.
A função da paternidade responsável, como da maternidade, surge com a instituição do casamento.
Na questão nº. 695 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, os Mentores Espirituais esclarecem que o casamento é um progresso na marcha da Humanidade e, na questão seguinte, sua abolição marcaria um regresso à vida dos animais.
Lembremos, ainda, que no Velho Testamento, Decálogo, encontramos: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe...” (Êxodo, cap. XX, v.12), que se constitui em uma forma de manifestação do Amor, como ensinado por Jesus.
- O senhor tem razão. É necessário honrar o pai.
- Todavia, esse respeito não deve ser no sentido de querer ver no pai o super- herói, nem se frustrar porque o pai não o é.
O pai, como ser humano, pode ter qualidades e defeitos; ter mais ou menos sabedoria; estar mais ou menos preparado para a sua missão de paternidade.
Conseqüentemente, o bom pai é aquele que procura ajudar e orientar os filhos a atingirem a maturidade e a autonomia para viverem a própria vida.
- E o bom filho?
- Marcos, o bom filho é aquele que enxerga o pai como um ser humano que tem acertos e erros. Com quem se pode concordar ou discordar e, quando divergir, fazê-lo com bom senso e respeito.
- E feliz será o pai que assim puder entender o seu filho.
- Quanta coisa interessante para se pensar...
É..., mas agora vou acelerar os passos, se não o fizer a loja fechará as portas e ficarei sem comprar o presentinho para meu pai, com o dinheirinho do meu primeiro emprego! Até mais...
- Até mais e leve meu abraço ao seu pai.
- Tá!

sábado, 4 de agosto de 2012

APENAS UMA PENA


APENAS UMA PENA

Conversava com Maria de Lourdes e ela expunha as dificuldades que sua irmã estava vivendo. Sempre fora muito alegre e prestativa. Em casa, tudo girava em torno dela.
                Em família, quando irmãs e irmãos tinham algum problema  corriam para o colo ou os ombros sempre servidores de Regina.
                Subitamente começou a ficar irritadiça e qualquer palavra ou pequeno problema bastava para ela se descontrolar. Depois de um pico nesse estado emocional, ensimesmara-se, não tinha vontade de falar. Ela sempre tão alegre e prestativa  caira numa tristeza e mutismo que espantara os familiares e as  pessoas que com ela conviviam.
                - É estresse, diziam uns.  Ela se estressou falavam outros.
                - Porque será aconteceu isso com ela, indagavam muitos.
                Após breve relato, Maria de Lourdes sugeriu:
                - O senhor não acha que, em verdade, ela está sob influência espiritual negativa? Ou seja,  será que ela não está obsediada?
                - Sabemos que a influência espiritual negativa pode envolver a pessoa alterando o seu psiquismo, seu humor e comportamento, mas antes de chegar nesse ponto vou relembrar uma  historinha contada pelo escritor Paulo Coelho e eu vou narrar-lhe na minha linguagem, naturalmente.
                Uma lenda do deserto conta a história de um homem que ia mudar-se de oásis e começou a carregar o seu camelo.
                Ele colocou os tapetes, os utensílios de cozinha, os baús de roupas e o camelo ia agüentando  a carga.
                Já saia quando se lembrou de uma linda pena azul que o seu pai lhe dera.
                Voltou para buscá-la e a colocou em cima da carga sobre o camelo.
                No mesmo momento, o animal arriou com o peso e, em breves instantes, estava morto.
                - Meu camelo não agüentou o peso de uma pena!  Espantado exclamou o homem.
                Muitas vezes, pensamos da mesma maneira relativamente ao nosso próximo, achamos que sempre podemos colocar uma “peninha” a mais sobre as suas costas.
                De repente... é a gota d’água e o copo transborda.
                Será que a família mais próxima e a mais distante  não foram colocando “peninhas” demais  sobre a carga que Regina já carregava?
                Há pessoas que não sabem por limites àqueles que a exploram.
                - Então o senhor acha que o problema de minha irmã não é espiritual?
                - Antes de pensarmos nisso, vamos pensar nas influências do meio em que vivemos.
                Por outro lado, se sua irmã é a pessoa sempre pronta a servir e a ajudar o próximo, é claro que ela sofre influência  espiritual.
                - Então ela sofre influência espiritual?
                - Sim, por certo.  Sofre maravilhosa influência do bem, do amor. Não fora isso, talvez, pela pressão suportada, ela já tivesse sofrido um enfarte ou avc – acidente vascular cerebral, com graves consequência ou até mesmo a morte.
                - Maria de Lourdes, pela expressão facial, não gostou da análise, afinal o problema deveria ser das más influências da irmã e não pelas “peninhas azuis” que ela e demais familiares  “amorosamente” depositavam em seus ombros.
                Fique atento  a quem você ama.  Aprenda a respeitar o limite das pessoas e saiba limitar os encargos que você transfere para  o outro.
                Ame o próximo. Ame o próximo como a si mesmo, recomendou Jesus.
                Cuidado com a “peninha” nas suas costas e não imponha mais uma “peninha” nas costa do outro.
                O camelo arria!