domingo, 18 de novembro de 2012

AMOR A SI MESMO





        Afirmou o Mestre Jesus: Sede Perfeitos!

            Também o Espiritismo esclarece-nos que fomos criados para alcançar a perfeição relativa à criatura humana, quando, então, alcançaremos a felicidade plena.
            O caminho para essa realização é o do auto-aprimoramento, pelo qual deveremos desenvolver as nossas potencialidades nas áreas:  sentimento,  emoção,  intelectual e a espiritual.
            Assim, os conhecimentos que  haurirmos deverão sempre estar ampliando nossas possibilidades.
            Uma questão que deveremos trabalhar da melhor maneira possível, nesse campo, é a necessidade da auto-estima.
            Quando Jesus afirmou que: “ amássemos o próximo como a nós mesmos “, Ele estabeleceu como parâmetro do amor ao próximo o amor que deveríamos ter para conosco, portanto a necessidade da auto-estima.
            Consideremos o que seja a auto-estima, ainda que de forma sintética.
            A auto-estima é a forma como  sentimos a nós mesmos, de maneira equilibrada, saudável e  produtiva.
            Esta forma de pensar e agir deverá se expressar em nossa vida, em nossos atos.
            A ausência da auto-estima pode se refletir criando problemas físicos, orgânicos, perturbações espirituais, distúrbios psicológicos como: ansiedade, depressão, medo, temor do insucesso, envolvimento com o álcool, com a droga, dificuldades nos estudos, no ambiente de trabalho, na convivência com o próximo, disfunções sexuais, imaturidade emocional e até mesmo o suicídio e prática de ações violentas.
            A auto-estima terá um alicerce muito forte se nos sentirmos como filhos de Deus – a Inteligência Suprema do Universo e Causa Primária de todas as coisas – e seres imortais a caminho da Plena Felicidade.
            Portanto, a auto-estima tem dois componentes importantes: a consciência da competência e do valor pessoal. Ela implica, pois, em auto-respeito e auto-confiança, manifestações do amor a si mesmo.
            Desta forma, ela amplia a nossa capacidade de lidarmos com os naturais desafios da vida, ou seja, entender e resolver os problemas que nos desafiam. Também nos apresenta o direito de sermos felizes, de respeitar e defender os próprios direitos.
            Ter auto-estima é estarmos confiantes e adequados à vida.
            Sentir baixa auto-estima é sentirmo-nos inadequado à vida. É  achar que, como pessoa, sempre estamos errados, gerando, com isso, uma fragilidade muito grande.
            Como filhos de Deus devemos desenvolver a auto-estima e termos a convicção de que somos capazes de  vivermos bem e sermos merecedores da felicidade.
            Assim pensando e procurando sentir teremos a possibilidade de enfrentarmos os problemas da vida com confiança, boa vontade e alegria.
            A visão espiritual da vida não nos deve levar a um sentimento de vulnerabilidade e miserabilidade, que nos lembra o irremediável pecador condenado ao fogo eterno; pelo contrário, a visão espiritual da vida conscientiza-nos de que estamos preparados para lidar com as adversidades da vida. Torna-nos mais resistentes às pressões da convivência social e imposições psicológicas, e a não sucumbirmos ao desespero que fatalmente leva à derrota.
            Cultivando a auto-estima seremos mais alegres, confiantes e criativos em nossas atividades, fundamentando os sucessos de nossos empreendimentos.
            Com a auto-estima ampliaremos as possibilidades de ter relações saudáveis e não destrutivas, pois é lei da sintonia: o amor atrai amor, a saúde atrai a saúde, a euforia atrai a euforia.
            Quando temos auto-estima convivemos com as pessoas com mais respeito, benevolência, compaixão e senso de justiça, pois não tememos o outro.
            A auto-estima proporciona-nos a alegria de viver e sentir, desde o despertar, pela manhã, até o merecido repouso, ao anoitecer, porque não estaremos fugindo da vida, porém  vivendo-a conscientes de nossas possibilidades e limitações.
           
           
           


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

RECLAMAÇÃO E ENTENDIMENTO





            “Bem aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia” Jesus (Mateus, cap.V, v.7)
            Aguardava, no terminal rodoviário, a autorização para entrar no ônibus, com as outras pessoas que, também, viajariam.
            Subitamente ouvimos gritos e palavras em altos brados.
            Um homem e uma mulher discutiam acaloradamente.
            O conflito se estabelecera, ninguém parecia ceder. Não comungavam nem a misericórdia, nem a brandura. Sentimentos necessários naquele momento para que houvesse o entendimento, a compreensão e a justiça.
            Repentinamente, o rapaz falou mais alto e saiu quase correndo, enquanto a mulher ainda deprecava.
            Comecei a refletir sobre algo que já havia escrito...
            A misericórdia é a manifestação da brandura. Ela consiste no entendimento e na ajuda para a reparação da ofensa
            Ao lado dos grandes conflitos e desentendimentos existem, também, aqueles do dia a dia, que parecem pequenos, mas acabam desestabilizando emocionalmente a pessoa que recebe a reclamação.
            É claro que não gostamos de receber reclamações, tanto no convívio familiar quanto no ambiente de trabalho ou em outro lugar qualquer.
            A forma de manifestação da reclamação quase sempre é negativa e, então, nos colocamos na posição mental de defesa e daí nos sentimos irritados ou desanimados.
            Nesse estado de alma  reagimos e, quase sempre, produzimos no “reclamante” mais irritação ou agressividade.
            Às vezes, a reclamação é procedente, nosso entendimento ou comportamento não está correto, noutras, porém, ela é injusta e improcedente.
            Dentro do possível é preciso manter a calma ou buscá-la para reagir de forma correta, assertiva, o que nos ajudará e também ao reclamante.
            A irritação e a agressividade nada resolvem, pelo contrário, agravam ainda mais a situação que já era tensa. Aliás, se nos descontrolamos aquele que reclama vai ter mais motivos para fundamentar a sua reclamação, carregando-a com mais energia negativa.
            Lembremos, a irritação causa estresse e este   gera desequilíbrio orgânico físico, psicológico e espiritual.
            Se não nos acalmarmos, os ânimos se acirram e podem extrapolar o foco da reclamação e descambar para as ofensas pessoais, fugindo totalmente do problema inicial.
            Quando nos deixamos envolver pela irritação, pelo exagero em nossa própria defesa, geramos um estresse excessivo, dificultando o controle emocional e sentimental, tornamo-nos uma “bomba” de energias mentais desequilibradas e desequilibradoras.
            Se o conflito e a reclamação surgiram no trabalho, sem dúvida, chegando na intimidade do lar nossos familiares passarão a receber as descargas energéticas da nossa irritação.
            A tristeza, o sofrimento, a mágoa serão distribuídas aos familiares: esposa, filhos, pais e irmãos e que, até há pouco, nos aguardavam em paz.
            Pode, também, acontecer ao contrário, uma reclamação não bem recebida e administrada no ambiente familiar poderá se constituir em uma bomba que explodirá em nosso ambiente de trabalho, produzindo conseqüências muito graves.
            O que fazer então?
            Quando recebermos uma reclamação, procuremos respirar fundo algumas vezes e tentemos relaxar...
            Deixemos a pessoa falar tudo o que ela tem a dizer, sem interrompê-la.
            Com sinceridade, prestemos atenção no que ela está dizendo, procurando compreendê-la.
            Se não entendermos algo, com gentileza, peçamos que ela esclareça aquele ponto.
            Procuremos estabelecer empatia com o reclamante. É importante ver o assunto do ponto de vista do outro. Avaliemos o que ele tem razão e aquilo que ele não tem razão.
            Finalmente, procuremos uma solução, pelo menos ofereçamos aquela que julgarmos a melhor. Se não for a solução que o reclamante está desejando, tentemos  outra ou, até mesmo, algumas alternativas.
            Se oferecermos a paz, a paz teremos de volta.
Se o reclamante não desejá-la, que o problema permaneça com ele e não conosco.
Entrei no ônibus para a volta ao lar, desembarquei do “ônibus da reflexão”, mas, ainda, pensei:           como disse o Mestre Jesus:
“ – Felizes os misericordiosos!”