quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Booktrailer - Espiritismo e Política

REFORMA ÍNTIMA



REFORMA ÍNTIMA
            “ Como vedes um cisco no olho de teu irmão, quando não vedes uma viga no vosso olho? – Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um cisco do teu olho. Vós que tendes no vosso uma trave? – Hipócritas, tirai primeiro a viga do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o cisco do olho do vosso irmão.  ( Mateus,Cap.  7 , Vs 3 a 5).
            Com essas palavras Jesus nos induz a sempre ao analisar o comportamento do nosso próximo tenhamos, primeiramente, a reflexão interior: se o que vemos, pensamos e falamos corresponde efetivamente à verdade e se o mal que identificamos no outro não está em nós, ou também em nós.
            A causa de muito conflito entre os seres humanos é a falta dessa visão, descrita de forma real e veemente por Jesus.
            Alertando para tais palavras  comenta Allan Kardec: “ Uma das insensatez da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós.           Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, que pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço?    Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.
            Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo  abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por  isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas As ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.” (  O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. X, item 9, Ed. FEB.)
            É inquestionável que tanto o ser humano quanto a sociedade devem aprimorar-se, de acordo com a lei do progresso. Para isso é indispensável que os valores da verdade, da justiça, da solidariedade sejam vivenciados de forma cada vez mais eficiente e intensa.
            Sob a perspectiva individual é comum o ser humano projetar seus defeitos e deficiências no outro.
            Quando surge o problema, o conflito, o olhar quase sempre se projeta para o lado de lá. Dificilmente assumimos deficiências, erros, enganos e mesmo o egoísmo, o orgulho, a vaidade e a prepotência.
            O equivocado  “instinto de defesa” se arma para, pelos meios possíveis, defender o encastelado “ego”.
            Enquanto se estiver nesse castelo, ou melhor, nessa masmorra, não vivenciaremos forma saudável de vida, sob os aspectos:  físico, moral e espiritual.
            É necessária a reforma íntima!
            Todavia, o que é essa reforma íntima?
            De maneira simples, é a auto-educação no desenvolvimento dos valores das autênticas virtudes da humildade, da solidariedade, da verdade e da justiça.
            Daí surgem as indagações: como exercitar esses valores éticos e espirituais?
            Quando saberei se, na prática, efetivamente eu os estou vivendo?
            Quando respeitarmos os direitos fundamentais do outro.
            Quando não fizermos ao outro o que não gostaríamos que nos fizessem e, por consequência: ” Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas” – Jesus ( Mateus, 7:12.)
            A reforma íntima depende, portanto, da boa formação íntima plasmada de forma verdadeira e autêntica.
            Eis o nosso desafio.