sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O DIA DA VIDA

O dia da vida




            A tradição religiosa definiu  o dia dois de novembro como o dia de finados, em comemoração aos mortos.
Essa tradição homenageia os mortos no cemitério com visita ao cemitério, ou seja no local em que o corpo físico foi enterrado.
            Nos usos e costumes de quase todos os povos é estabelecida alguma forma de se relembrar aqueles que morreram, seja  através de rituais, de oferecimento de flores e até mesmo de alimentos.
            A morte é o grande enigma da vida.
            A morte é o grande desafio dos que se sentem vivos, envergando o corpo carnal.
            A Ciência acadêmica não aceita a vida após a morte porque não tem procedimentos e instrumentos que demonstrem o fenômeno da imortalidade e, mesmo quando ocorre algum fenômeno extra-físico, a difícil repetibilidade desse fenômeno sob a vontade e o controle dos cientistas inibem a aceitação da vida... além da vida.
            As religiões admitem a continuidade da vida após a morte do corpo físico, mas explicações do que ocorre depois estão envolvidas na penumbra dos dogmas ou enraizadas em interpretações distantes no tempo e no espaço em cultura de povos quase que tribais.
            Essas explicações quase nada acrescentam para tranqüilizar o medo natural que as pessoas têm da morte.
            A própria denominação do dia. Dia de finados!
            Finado é aquele que se fina, que termina, que acaba... Nada confortável a denominação.
            O termo morto indica término da vida vegetal ou animal. Desaparecimento do ser no nada, para os materialistas; diluição no grande todo, para os budistas e entrada na vida espiritual, sem maiores esclarecimentos para diversas correntes espiritualistas.
            Essa comemoração traz algo de estranho.
            Quem de nós, para lembrar uma pessoa querida, que está morando em outro país vai até ao porto ou aeroporto para desfilar em sua memória os bons momentos vividos com ela?
            Quem de nós, para receber a visita de uma pessoa amada, irá marcar o lugar do encontro no cemitério?
            Há algumas reflexões a serem feitas em torno desse tema e os termos de que ele se cerca: morte, finado e cemitério.
            O Espiritismo traz algumas contribuições a respeito do assunto.
            A morte é vida.
            Com a morte do corpo físico, por causas naturais ( doenças e enfermidades ) ou traumáticas ( acidentes ) a alma ou espírito integra-se completamente na vida espiritual, que é eterna.
            A alma ou espírito não é algo indefinido, uma “fumacinha” vagando pelo céu ou inferno de um lado para o outro. É o ser integral, a personalidade com os seus componentes de inteligência, sentimento e emoções.
            A vida espiritual é a continuação da vida física, em outra dimensão.
            Essa vida espiritual é estruturada e organizada e permite ao espírito continuar  o desenvolvimento de suas potencialidades, no processo que denomina evolução espiritual.
            Portanto, para o Espiritismo, a morte é um simples, porém glorioso fenômeno biológico-espiritual, tanto quanto o nascimento.
            Portanto, no dia dois de novembro, comemoremos o dia da Vida!
            Quem sentir vontade de ir ao cemitério, que vá. Nada a se opor.
            Todavia, se queremos ser gentis e educados com os nossos entes queridos, que já estejam no mundo espiritual , enfeitemos a nossa sala com flores e belas músicas (se lembrar, as que eles gostavam) e com saudade, porém com muito prazer recebamos estes seres queridos no íntimo de nossas almas e, no templo da memória, com eles unamos os nossos sentimentos em oração, agradecendo  pela Vida Imortal.