domingo, 30 de abril de 2023

COMO ENTENDER A DESTRUIÇÃO

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

            Se a regeneração dos seres faz necessária a destruição, por que os cerca a natureza de meios de preservação e conservação?

            - A fim de que a destruição não se dê antes do tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.” Q. 729 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec).

            Os Mentores Espirituais esclareceram a Allan Kardec que a destruição pode ser entendida, também, como lei da Natureza: ... Porque o que se chama de destruição não passa de uma transformação que tem por fim renovação e melhoria dos seres vivos” ( Questão nº 728 de O livro dos espíritos).

            O Espíritos demonstraram que o mecanismo do equilíbrio entre a destruição e a conservação é possível.

             Por necessidade de alimentação os seres vivos destroem-se reciprocamente e, desta maneira, alcançam dois objetivos: equilíbrio e manutenção na reprodução e utilização da matéria que sofreria a destruição. O importante é que a destruição não se dê antes do tempo, pois toda destruição antes do tempo cria dificuldades ao progresso do princípio inteligente.

            Constatamos, então, verdadeiro jogo de forças da natureza  para, de forma sábia, manter o necessário equilíbrio entre a conservação e a destruição dos seres.

            Contudo, muitas vezes, o equilíbrio é rompido quando os seres humanos, em ação egoísta sobre a natureza, destrói plantas, animais e, mesmo humanos, de maneira inútil, cruel e desnecessária.

            Advertiram os Espíritos Superiores :”  ... Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da Lei de Deus.” ( Questão n. 735 de O livro dos Espíritos.)

            Entre as formas de destruição encontram-se os flagelos sociais. Será possível eliminar tais flagelos para evitar tantos sofrimentos às pessoas  e prejuízos para a própria natureza?

            O Espiritismo assevera ser possível , todavia, esclarece que muitos desses desastres físicos e sociais resultam da imprevidência humana.

            Há, pois, necessidade de o ser humano organizar a sociedade de forma previdente, somando conhecimentos e experiências, encontrando a solução dos males ao remover ou diminuir suas causas. Isso poderá ser feito com as contribuições da Ciência e das técnicas.

            Quanto aos eventos danosos que escapam à possibilidade de controle deverá usar sua inteligência para compreendê-los ,cada vez mais, para encontrar as soluções.

            Dentre os flagelos produzidos exclusivamente pelos humanos, destaca-se o monstro terrível da guerra. Não obstante, a Doutrina Espírita diz que a guerra desaparecerá da face da Terra (...) quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.” (Q. 743 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec.)

            A destruição e a violência não se manifestam somente de forma física e ostensiva. Mais terríveis e perigosas elas são quando se manifestam de forma sutil e disfarçada, provocando o arrasamento e a degradação do meio ambiente.

            Atualmente temos a grande contribuição da Ecologia que une diversos ramos da Ciência para encontrar as possíveis soluções.

É de se observar que face ao avanço dessa destruição e degradação do meio ambiente as Nações mais avançadas, no mundo, já revelam a extrema preocupação nos Encontros e Seminários internacionais.

Referência bibliográfica:

            O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Ed. FEB                

            Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

 

 

           

domingo, 23 de abril de 2023

A REPRODUÇÃO DE FORMA HAMORNIOSA

 

 

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.bra

                “ Será contrário à lei da natureza o aperfeiçoamento das raças animais e vegetais pela Ciência? Seria mais conforme a essa lei deixar que as coisas seguissem seu curso normal?

            Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir sues fins. Sendo a perfeição a meta para que tende a natureza, favorecer essa perfeição é corresponder às vistas de Deus.” (Questão nº 696 de O livro dos espíritos, de Allan Kardec.)

            A reprodução dos seres vivos é uma lei da natureza sem a qual o mundo corporal desapareceria.

            Em sua participação na vida e na   sociedade, muitas vezes, o ser humano precisa regrar e controlar a reprodução da própria espécie e mesmo dos animais e vegetais.

            Conforme a Doutrina Espírita tudo deve ser feito para se chegar à perfeição e que o ser humano é instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins.

            Evidencia-se, assim, que o ser humano deve ter uma participação no fenômeno da reprodução objetivando a perfeição, não confundindo isso com intervenções científicas que visem única e exclusivamente o benefício material, seja do lucro fácil ou da satisfação de interesses egoísticos.

            Em sua participação cidadã ou política na sociedade, o espírita não pode perder de vista o aspecto ético ou moral da questão, pois tudo o que embaraça a natureza em sua marcha é contrário à lei de Deus, porém será válida a ação humana que, usando a inteligência, vise disciplinar, harmonizar e concorrer para o aperfeiçoamento do homem, dos animais e das plantas.

            Portanto o espírita, em sua atuação nos diversos segmentos da sociedade, deve buscar ações que promovam o equilíbrio da humanidade, bem como da natureza como um todo, pois: “ tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serva para atingir seus fins (Kardec, O livro dos espíritos, questão 692).

Encontramos em O livro dos espíritos, desde 1857, com sua publicação, as leis Morais que devem reger o equilíbrio ecológico em nosso maravilhoso planeta: a Lei de reprodução, a Lei de conservação e a Lei de destruição, em sua Parte Terceira – Das leis morais.

É de se concluir que, atualmente, os desequilíbrios impostos pelo homem à natureza, conforme, também, princípio espírita da lei de ação e reação, impõem catastroficamente os efeitos: aquecimento global, chuvas torrenciais, degelo nos polos, secas em regiões antes férteis.

Contudo, Deus dotou o ser humano de inteligência e livre arbítrio que devem ser usados para preservar a si mesmo e a Vida Planetária.

Referência bibliográfica:

            O livro dos espíritos, de Allan Kardec.

            Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

Referência bibliográfica:

            O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Ed. FEB                

            Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

 

 

                                                                                                      

sexta-feira, 7 de abril de 2023

O VALOR DO TRABALHO

 

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

 

            “ O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” ( Questão 674 de O livro dos espíritos).

            Assim é considerado o trabalho na Filosofia Espírita, não é apenas uma atividade que se exerce para ganhar dinheiro e aumentar os gozos que a vida material pode oferecer.

            Na questão 675, da citada obra, os Mentores Espirituais informam: “...o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.(grifo nosso)

            Portanto o trabalho se impõe ao ser humano por ser consequência da sua própria natureza corpórea. Ele pode ser um instrumento de expiação, mas essencialmente é um meio de desenvolvimento da inteligência e da moral.

            Vivendo neste mundo material, para satisfazer suas necessidades básicas: alimentação, segurança e bem-estar, o homem  tem que trabalhar, o que  impulsiona ao progresso intelectual. Assim, o trabalho é importante meio de participação no mundo em que vive, e, especificamente, na sociedade de que faz parte.

            Ao trabalhar o homem cria e, consequentemente, torna-se um agente altivo do supremo Criador; revela-se um cocriador dentro da vida. Independentemente da sua natureza, o trabalho traz em si mesmo a dignidade que deve ser respeitada, jamais servindo de motivo à humilhação ou exploração.

            É como pessoa e Espirito imortal que o ser humano está sujeito ao trabalho. Este deve servir para que ele se desenvolva intelectual e moralmente e, consequentemente, desenvolver a sociedade.

            Essa é a visão espírita do trabalho é, também, a visão cristã. Constitui postulado da Doutrina Social Espírita e da Doutrina Social Cristã.

            Conclui-se, pois, que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, afastando assim, moralmente, toda forma de exploração do ser pelo trabalho para  satisfazer o interesse econômico. A pessoa jamais poderá ser reduzida a “instrumento de trabalho”.

            A civilização cria muitos tipos de trabalho, nenhum dele, porém, poderá servir como meio de exploração do homem com o objetivo do lucro, nem ferir sua dignidade como ser humano. Quando isso acontece, surge a pobreza e a marginalização, evidenciando  flagrante injustiça social.

            A dimensão social e espiritual do homem não pode ser inibida quando ele estiver trabalhando. O trabalho  é seu instrumento de progresso social, intelectual e espiritual É necessário componente na sua dinâmica evolutiva.

Referência bibliográfica:

            O livro dos espíritos, de Allan Kardec.

            Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

 AS LEIS MORAIS

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.combr

 

            Ao iniciar os estudos sobre a Lei Divina ou Lei Natural, na questão nº 614, Allan Kardec indagou: “ Que se deve entender por Lei Natural?  Responderam os Mentores Espirituais: “ A Lei Natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do ser humano e ele só é infeliz quando dela se afasta”.

            Compreendendo a importância da compreensão dessa lei pelos seres humano para poderem ser felizes, Kardec interpela novamente os Mentores Espírituais:  “A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amro ao próximo, ensinado por Jesus? “. E eles esclareceram: Certamente esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse prec eito  compreende só uma parte da lei. Aos seres humanos são necessárias regras precisas: os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de porta abertas à interpretação.” (Q.647)

            C0nsiderando a profundidade e a extensão da resposta dos Luminares Espirituais, o Codificador avança corajosamente: “ Que pensais da divisão da lei natural em dez parte, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade?” Os Orientadores Espirituais concordam: “ Essa divisão da lei de Deus em dez parte é a de Moisés e de natureza a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Pode pois adotá-la, sem que por isso, tenha qualquer coisa de absoluta, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. A última é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras.”; (Q.648)

            É relevante analisar que Allan Kardec entende toda a extensão da resposta data à questão número 647 que era preciso penetrar, esclarecer e informar  a essência e a aplicação da lei do Amor ensinada por Jesus, conforme a detalhada explicação dos Mentores Espirituais que elaboravam a Doutrina Espírita e eles são enfáticos em afirmar a necessidade de  mostrar as aplicações concreta desse preceito e, sobretudo, destacam que: “ a lei Natural  abrange todas as circunstâncias da vida”

            Então elas regem e disciplinam os nossos relacionamentos de uns para com os outros, com a Natureza, com os fenômenos sociais, políticos, ambientais, familiares, nacionais e internacionais

            E era preciso que a aplicação dos princípios éticos contidos na afirmação de Jesus: Amai-vos uns aos outros fosse devidamente detalhados na aplicação na forma de ser e de viver a partir do século XIX, tendo em vista as contribuições das ciências: Biologia, Antropologia, Geografia, História, Sociologia, Política, Ecologia, Economia, Psicologia. Pedagogia.

            Consequentemente, a pessoa que pretenda aceitar a Doutrina Espírita, principalmente o seu aspecto Filosófico, necessita ter conhecimento de O livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec, em sua  Parte Terceira – Das Leis Morais

domingo, 2 de abril de 2023

ADORAÇÃO A DEUS

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

“Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?

            - Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. “ (Questão nº 654 de O livro dos espíritos).(g.n.)

            Desde que o ser humano tomou conhecimento do mundo que o circunvolvia ele percebeu que havia coisas que estavam acima do seu entendimento e do seu poder pessoal e tribal. A essas forças e fenômenos da Natureza ele passa a temer e reverenciar. Esses fenômenos eram: o sol, a lua, o raio, as montanhas, as pedras, as grandes árvores, o fogo e outros.

            Na relação com esses “poderes” ele transforma seus medos e reverências em rituais e organizações que originam as primeiras religiões ou cultos.

            Com a organização das cerimonias que levam ao culto surgem os organizadores que se tornam os primeiros lideres com as mais diferentes denominações, conforme as época e as regiões: sacerdote, rabino, mestre, profeta, guru e outros.

            Tais organizações pretendem  orientar ou impor às pessoas como elas devem se relacionar com Deus, sempre por intermédio de seus denominados  representantes, estabelecendo posturas espirituais e, também, procedimentos materiais, inclusive as fontes de recursos para manter aquela manifestação religiosa.

            Como organizações sociais tornaram-se, consequentemente, organizações políticas e econômicas, daí surgindo, muitas vezes, conflitos por domínio de fiéis, territórios e posses materiais.

            Nesse panorama surge o Rabi ou Mestre Jesus que, após seus trinta anos de vida, começa a ensinar a forma de adorar a Deus em espírito e verdade, sem templos, sem rituais ou dogmas. Ensina a Boa Nova do Amor a Deus e ao próximo. O cenário para os seus ensinos é o meio do povo, nas praças, às margens do Tiberíades, na sinagoga, no Templo, na casa do pescador Pedro ou no palácio do rico Zaqueu

Convive com todos: homens, mulheres, ricos, pobres, mestres e ignorantes, judeus e gentios, doentes e sãos.

            Vive e convive em comunidade com os discípulos, não estabelece cargos nem hierarquia. Sua voz de comando é o Amor, amor ao próximo e amor a Deus. Os bens, amealhados por seu colégio de seguidores é distribuído para todos que o acompanhavam.

            Desse caminho de verdade, simplicidade e humildade, aqueles que se diziam seus seguidores, no tempo e no espaço, dEle se distanciaram.

            Séculos depois a Filosofia Espiritualista do Espiritismo, na voz dos seus Mentores, relembraria que “Deus prefere aqueles que o adoram do fundo do coração , fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que não os tornam melhores para com os seus semelhantes.”.

            Para  fazer o bem e evitar o mal é necessário que o ser humano seja participante da sociedade em que vive, através de ações que preservem os próprios direitos naturais, como, também dentro de suas possibilidade, defenda os direitos naturais dos seus semelhantes.