segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA SOB A ÓTICA ESPÍRITA

 


                                    Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

“É lei da Natureza o instinto de conservação?

- Sem dúvida. Todos os seres vivos a possuem, qualquer que seja o grau de inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinada em outros. “O Livro dos Espíritos, Questão nº 702.

O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens?

- Esse direito é consequente da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumpri-lo”. O Livro dos Espíritos Questão 711)

            A Terra produz de modo a proporcionar o necessário aos que a habitam, visto que só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é, conforme encontramos na questão 704 da obra acima citada.

            O ser humano ainda não aprendeu a retirar do solo apenas o que lhe é necessário. Sua ganância, traduzida pelo desejo de lucro fácil, leva-o a dilapidar o patrimônio do qual o Senhor da Vida permitiu-lhe o usufruto. Destrói sem preocupações florestas imensas, polui as fontes, rios e mares. Isso em nome do progresso que, em verdade, mascara os próprios interesses acima do bem-estar da própria humanidade.

            Muitas vezes ele torna a terra árida e estéril em virtude de sua imperícia e da exigência do máximo de produção para satisfazer seu apetite econômico.

             Com relação aos meios de subsistência, observou Allan Kardec que a muitas pessoas falta o indispensável, embora estejam cercadas pela abundância. Qual seria a causa? O Espiritismo indica claramente tratar-se do egoísmo do ser humano que não faz o que lhe cumpre no campo da justiça econômica e social.

            A outros, não muitos, faltam os meios de subsistência por sua própria incúria e previdência.

            Embora a abundância no celeiro planetário, falta o necessário à massa humana dos marginalizados, na sociedade. Nela encontramos a carência, a doença, a falta de habitação, a escassez de vestuário, a ausência de instrução, a falta de trabalho e mesmo o trabalho sub humano. Essa multidão contrasta com a minoria que detém o poder econômico, que vivem nababescamente. Essa a situação é terrível em parte do planeta, chamado Terceiro Mundo. Também o Brasil apresenta esse aspecto da injustiça social e econômica na periferia dos grandes centros urbanos e nas regiões menos desenvolvidas do país.

            Esclarece o Espiritismo que para todos há um lugar ao sol, mas com a condição de que cada um ocupe o seu lugar e não o dos outros (Veja a questão 717, comentário)

            A Natureza não pode ser responsável pelos defeitos da organização social, nem efeitos da ambição e do egoísmo. O uso dos bens da terra é um direito de todos. ( O Livro dos Espíritos, questão nº 711).

            Para o Espiritismo, a civilização desenvolve a moral e consequentemente o sentimento da caridade que induz as pessoas a se prestarem apoio recíproco. Aqueles que vivem à custa das privações dos outros exploram   para si os recursos da civilização, de civilizados tem apenas a aparência, da mesma forma que mutas pessoas de religião só tem o exterior.

            Destarte, a lei de conservação induz o ser humano à fraternidade, ao amparo mutuo, bem como à preservação da Natureza que é o alicerce da vida neste planeta maravilhoso.

Referência bibliográfica:

1.      O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Ed. FEB, 3ª Parte – Das leis morais, cap. IV – Da lei de conservação.

2.      Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva – Ed. FEB – Cap. 5

 

           

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