sábado, 21 de novembro de 2015

O BEM E A GUERRA




O céu está escuro.
 A tempestade da guerra cai sobre a Europa e o oriente e os ventos das lutas sanguinolentas sopram o terror e congelam pessoas no frio do medo.
No entanto o Bem é o bem imperecível.
E o Amor é o sentimento que faz o ser... ser humano.
 Acima da barbárie eles prevalecerão.
 O mal é passageiro como a tempestade que passa.
E o ódio é o vento que logo se extingue no embate do tempo.
Construamos a paz a partir de nós mesmos!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O DIA DA VIDA

O dia da vida




            A tradição religiosa definiu  o dia dois de novembro como o dia de finados, em comemoração aos mortos.
Essa tradição homenageia os mortos no cemitério com visita ao cemitério, ou seja no local em que o corpo físico foi enterrado.
            Nos usos e costumes de quase todos os povos é estabelecida alguma forma de se relembrar aqueles que morreram, seja  através de rituais, de oferecimento de flores e até mesmo de alimentos.
            A morte é o grande enigma da vida.
            A morte é o grande desafio dos que se sentem vivos, envergando o corpo carnal.
            A Ciência acadêmica não aceita a vida após a morte porque não tem procedimentos e instrumentos que demonstrem o fenômeno da imortalidade e, mesmo quando ocorre algum fenômeno extra-físico, a difícil repetibilidade desse fenômeno sob a vontade e o controle dos cientistas inibem a aceitação da vida... além da vida.
            As religiões admitem a continuidade da vida após a morte do corpo físico, mas explicações do que ocorre depois estão envolvidas na penumbra dos dogmas ou enraizadas em interpretações distantes no tempo e no espaço em cultura de povos quase que tribais.
            Essas explicações quase nada acrescentam para tranqüilizar o medo natural que as pessoas têm da morte.
            A própria denominação do dia. Dia de finados!
            Finado é aquele que se fina, que termina, que acaba... Nada confortável a denominação.
            O termo morto indica término da vida vegetal ou animal. Desaparecimento do ser no nada, para os materialistas; diluição no grande todo, para os budistas e entrada na vida espiritual, sem maiores esclarecimentos para diversas correntes espiritualistas.
            Essa comemoração traz algo de estranho.
            Quem de nós, para lembrar uma pessoa querida, que está morando em outro país vai até ao porto ou aeroporto para desfilar em sua memória os bons momentos vividos com ela?
            Quem de nós, para receber a visita de uma pessoa amada, irá marcar o lugar do encontro no cemitério?
            Há algumas reflexões a serem feitas em torno desse tema e os termos de que ele se cerca: morte, finado e cemitério.
            O Espiritismo traz algumas contribuições a respeito do assunto.
            A morte é vida.
            Com a morte do corpo físico, por causas naturais ( doenças e enfermidades ) ou traumáticas ( acidentes ) a alma ou espírito integra-se completamente na vida espiritual, que é eterna.
            A alma ou espírito não é algo indefinido, uma “fumacinha” vagando pelo céu ou inferno de um lado para o outro. É o ser integral, a personalidade com os seus componentes de inteligência, sentimento e emoções.
            A vida espiritual é a continuação da vida física, em outra dimensão.
            Essa vida espiritual é estruturada e organizada e permite ao espírito continuar  o desenvolvimento de suas potencialidades, no processo que denomina evolução espiritual.
            Portanto, para o Espiritismo, a morte é um simples, porém glorioso fenômeno biológico-espiritual, tanto quanto o nascimento.
            Portanto, no dia dois de novembro, comemoremos o dia da Vida!
            Quem sentir vontade de ir ao cemitério, que vá. Nada a se opor.
            Todavia, se queremos ser gentis e educados com os nossos entes queridos, que já estejam no mundo espiritual , enfeitemos a nossa sala com flores e belas músicas (se lembrar, as que eles gostavam) e com saudade, porém com muito prazer recebamos estes seres queridos no íntimo de nossas almas e, no templo da memória, com eles unamos os nossos sentimentos em oração, agradecendo  pela Vida Imortal.

domingo, 16 de agosto de 2015

QUEM BUSCA ACHA




Pedi e se vos dará: buscai e achareis. Batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procurar acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.
            Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? ( Mateus, 7 - 7 a 11.)(1)
            Analisando essas palavras de Jesus, Allan Kardec afirma: “ Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo que o céu te ajudará. É o principio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso,  porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
            Na infância da humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de  se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porem, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e   é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas da, à invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência  se lhe engrandece, o moral se lhe depura. Às necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.” (2)
            Após essa demonstração do instrumento de progresso coletivo através do trabalho, Kardec também analisa a motivação para o progresso individual.
            “ Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado. Se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.” (3)
            Observamos que as palavras de Jesus podem ser entendidas como estímulo à procura da humanidade por seu bem estar, como, também, individualmente como a procura, a busca, a superação de obstáculos, que ajuda a pessoa em seu desenvolvimento pessoa,l seja no  aspecto intelectual quanto no moral.
            Portanto o pedir não pode ser uma atitude de passividade, porém de busca e de superação de obstáculos, representados pela porta fechada.
            Por conseguinte, Jesus apresenta de forma simples e compreensível, desde os seus coevos, a dinâmica da evolução e do progresso individual e coletivo da humanidade.
            Assim, vamos aprender a pedir a Deus, contudo, com inteligência e esforço e a buscar os nossos objetivos;  e mesmo  diante dos obstáculos, saber  bater à porta a fim de que ela se abra para as nossas boas realizações nas dimensões do mundo material e espiritual.
            Referência:
            (1) Novo Testamento, Mateus.
            (2) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, ed. FEB. Brasília.
            (3) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, ed. FEB. Brasília.
           

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

VOEM JUNTOS


           



Vendo um debate sobre o casamento, na televisão, lembrei-me de algumas reflexões a respeito do tema, aproveitei-as, então, em uma palestra sobre o assunto.
            A energia que atrai o homem e a mulher para o casamento é muito forte.
            Mesmo nos dias atuais, quando os usos e costumes sofreram o impacto do mundo industrializado, da globalização, da ascensão  social, profissional e econômica da mulher e a   conseqüente ampliação da sua  liberdade sexual, essa força é muito grande.
              vozes que, pretendo trazer um cunho de modernidade, afirmam ser o casamento uma instituição obsoleta, fadada ao desaparecimento.
            A Doutrina Espírita nos diz que: “  para a sociedade o relaxamento dos laços de família será a recrudescência do egoísmo “ ( v. questão nº 775 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec )
            Portanto a atração entre o homem e a mulher para a constituição de um relacionamento estável, de fidelidade, de produzir prazeres um para o outro,  zelo recíproco é aspiração de ambos.
            É inegável, porém, que a modernidade trouxe algumas dificuldades para esse relacionamento que nunca foi fácil.
            A mulher deixou de ser apenas a “ dona de casa”, com auxiliares ou não.
            Não é mais submissa, quase de forma incondicional ao homem, não só pelos usos e costumes, mas, também, por uma legislação que a colocava sob a tutela do marido.
            Hoje esse relacionamento pode ser estimulador de crescimento e realização para ambos ou foco de constantes conflitos.
            Ao lado dos fatores jurídicos sociais surgem os fatores psicológicos.
            Fui levado a essas reflexões após a leitura de interessante história, cujo título já é bastante sugestivo: “ o verdadeiro amor não prende, apenas acompanha “
            Assim inicia:
            “ Conta uma antiga lenda dos índios Sioux, que, Touro Bravo, valente e honrado  jovem guerreiro e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo,chegaram de mão dadas, até a tenda do velho pajé da tribo...
            Nós nos amamos... e vamos nos casar – disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?
            O velho índio emocionado ao vê-los tão apaixonados e desejosos por um conselho disse:
            - Sim! Algo pode ser feito, mas é uma tarefa muito difícil. Você, Nuvem Azul, deve escalar o monte e apenas com uma rede e nas mãos deve caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E você, Touro Bravo, - continuou  o sábio feiticeiro - escale a montanha do trono.  Lá, no pico você encontrará a mais brava das águias. Com as mãos e uma rede  você a apanhará, trazendo-a viva para mim.
Os jovens abraçaram-se com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, à frente da tenda do sábio pajé, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
            O índio sábio pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos.
            Indagou o jovem:

            - E agora o que faremos?  Vamos matá-las e depois beberemos a honra de seu sangue?
            - Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? – propôs a bela índia.
            - Não! – disse o  pajé, - Amarrem-nas  pelas pernas e, soltem-nas, para que voem.
            Fizeram o  que lhes  foi ordenado e soltaram os pássaros.
            A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Exaustas e irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se e machucando-se.
            O velho disse:
            - Jamais se esqueçam o que estão vendo. Este é o meu conselho.
            Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados uma ao outro, ainda que por amor,  viverão arrastando-se e, cedo ou tarde,começarão a se machucar.
            Para que o amor entre vocês perdure... voem juntos, mas não amarrados.
            Concluímos, então, que a pessoa amada é companheira na senda de nossa evolução em direção à felicidade, com ela poderemos partilhar nossos sorrisos, nossas lágrimas, nossas esperanças, mas não escravizá-la na posse, como se fora um objeto.
            Os bons sentimentos existirão e perdurarão se houver liberdade e responsabilidade para com o ser amado.
           
                       
           
           

NTE O SUBLIME

domingo, 10 de maio de 2015

NÃO JULGUEIS




                É muito citada a frase: “ Não julgueis para que não sejais julgados” atribuída a Jesus, conforme o capítulo 7,  versículo  1, quando se quer alertar alguém sobre a sua impossibilidade de fazer julgamentos sobre os outros.
                A tradução acima da frase é João Ferreira de Almeida “in”  A Bíblia Sagrada, ed. Sociedade Bíblica do Brasil. Não traz a informação de qual idioma foi traduzida.
                Outras traduções trazem pequenas variações quanto ao uso de vocábulos e estrutura de redação, todavia, de maneira geral, mantém o mesmo sentido: “ não fazer julgamento”.
                Segundo os historiadores, Jesus, pela época e local em que viveu, teria falado em aramaico.
                Não existem manuscritos dos evangelhos e dos livros bíblicos no idioma aramaico.
                Os exemplares mais antigos que chegaram até os nossos tempos estão escritos em grego antigo, que depois foram traduzidos para o idioma latim, língua dos romanos, e desta para os demais idiomas.
                Então é importante que procuremos entender com a devida lógica os ensinamentos do Mestre Jesus, que, muitas vezes, apresentam profundidade de idéias muito além da aparência.
                Nesse ensinamento poderemos considerar que Jesus não pretendia condenar o julgamento como processo racional de análise e compreensão sobre determinado fato ou pessoa, mas o que deve vir na fase seguinte, após o julgamento, que é a condenação, se houver erro.
                Na verdade, a tendência das pessoas é condenar antes de julgar, se algo não lhe agrada, muitas vezes não considerando se está certa ou errada.
                Então muitos equívocos surgem e muitos males têm a sua dramática origem.
                Conta-se que um casal, recém  casado, mudou para um bairro muito tranqüilo.
                Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
                - Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que a ensine a lavar as roupas!
                O marido observou calado.
                Três dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal, e novamente, a mulher comentou com o marido:
                - Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria  se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
                E assim, a cada  três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
                Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muitos brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
                - Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha lhe deu sabão? Porque eu não fiz nada.
                O marido calmamente respondeu:
                - Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da janela.
                E assim é. Tudo depende da janela através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, verifique se você fez alguma coisa para contribuir; verifique seus próprios defeitos e limitações. ( A luz dissipa as trevas, vol. 2, Editora Paulo de Tarso, Goiânia, GO, 2002,  pg. 86).
                Para condenar é preciso saber julgar; caso contrário o julgador será condenado.
                O julgamento e a condenação devem sempre visar o Bem.