domingo, 2 de julho de 2023

A AÇÃO SOCIAL ESPÍRITA

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

            “Por que, no mundo, tão amiúde a influência dos maus sobrepuja a dos bons?

            - Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem preponderarão.” (Q. 932 de O livro dos espíritos, Allan Kardec)

            A vivência dos princípios éticos da Verdade, da  Justiça e do Amor é uma prática individual, mas, também, necessária que seja coletiva.

            Para a implantação desses valores na coletividade há a necessidade da ação social, isto é, de ações realizadas por pessoas e instituições, o que inclui um intenso processo educacional social.

            Ao lado das Ciências Sociais, o Espiritismo tem importante contribuição, sob o aspecto filosófico, a oferecer a fim de que a sociedade humana se estruture, organize e funcione com bases na verdade, na justiça e no amor solidário.

            Em tal foco, encontramos, na questão 917 de O livro dos espíritos, os dizeres dos Mentores Espirituais que estruturaram a Filosofia Espírita: “Quando bem compreendido, se houver identificado com os costumes e as crenças, o Espiritismo transformará  os hábitos os usos, as relações sociais.

            Pensando na possível  felicidade humana Allan Kardec indagou: “ A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que  basta para a felicidade de um, constitui a desgraça do outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?” (  Q.922 de O livro dos espíritos)

            A resposta dos Espíritos Mentores, em lúcido esclarecimento, surge com grande desafio à efetiva participação dos espíritas  para a promoção da felicidade individual e coletiva: “ Com relação à vida material, é a posse do necessário . Com relação à vida moral é a consciência tranquila e a fé no futuro.” ( grifos nossos)

            Aprofundando esclarecimentos, na questão 927 da mesma obra, adiantaram: “ Verdadeiramente infeliz o homem só o é quando sofre a falta do necessário à vida e à saúde do corpo”.

Entende-se, então, que ao lado de outras pessoas que atuam pela supremacia da Verdade, da Justiça e do Amor, o espírita deve ter uma ação social, pois deve estar atento a esses valores em sua vida e, também atuar para que se firmem na coletividade. Deve ter consciência de que todas as pessoas têm direito alimentação adequada, vestuário, habitação, educação, assistência médica, remédio, educação sanitária e lazer.

            De forma mais ampla os Mentores Espirituais alertaram: “ Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome”. Ao que Allan Kardec comenta: “ Com uma organização social criteriosa  e previdente, ao homem só por sua culpa pode faltar o necessário. Porém, suas próprias faltas são frequentemente resultado do meio onde se acha colocado.
Quando praticar a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor”.

            Como poderá o cidadão espírita contribuir para essa ordem social justa, solidária e fraterna? Iniciando por seu dever básico: o voto -  sendo eleitor consciente.  Com os critérios do Evangelho de Jesus e os expressos na Doutrina Espírita, em suas Leis Morais, de O livro dos Espíritos,  ter ação social adequada.  Na sequência, de acordo com a sua vocação e aptidão atuar  nos Poderes Políticos: Legislativo, Executivo e Judiciário em seus níveis: municipal, estadual e federal.

REFLEXÕES:

1.     Como o Espiritismo apresenta propostas para o aprimoramento da sociedade a fim de que ele se torne mais verdadeira, justa e solidária?

2.     Como o Espiritismo apresenta a possibilidade da Felicidade?

3.     Quando o ser humano é realmente infeliz?

4.     Qual o critério que o Espiritismo apresenta para uma sociedade baseada nos ensinos de Jesus?

5.     Como você pode contribuir para a ordem social mais justa, verdadeira e amorosamente solidária?

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

1.     O livro dos espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB

2.     Espiritismo e Política: Contribuições para a evolução do ser e da sociedade,  Cap. 10, Aylton Paiva, ed. FEB.