domingo, 22 de julho de 2012

CAUSAS DO SOFRIMENTO




CAUSAS DO SOFRIMENTO

            Bem aventurados os que choram, pois que serão consolados. Jesus” (Mateus, cap. 5, item 4).
            Analisada essa declaração de Jesus sob o ponto de vista apenas da vida material ela se mostra contraditória.
            Como pode uma pessoa ser bem aventurada se ela está chorando?
            Nem sempre aqueles que choram conseguem ser consolados durante toda a sua existência física.
            Inegavelmente Jesus fazia essa afirmação ponderando a vida em sua extensão maior aludindo à continuidade da vida além da morte. A vida em sua  dimensão espiritual.
            Mesmo nessa ordem de considerações não é apenas porque a pessoa chora é que ela adquire direito ao consolo compensatório.
            A Doutrina Espírita esclarece que a dor física ou moral, quase sempre, é um alerta disparado para dizer que algo não está indo bem em nossas vidas.
            A dor física é importantíssima na preservação da própria vida. Ela está informando que algo não está bem em nosso organismo e é necessário restabelecer a harmonia das células e dos órgãos.
            Mesmo quando sofremos traumatismos externos pela ocorrência de acidentes que atingem o corpo físico, a dor é o sinal de que as estruturas atingidas deverão ser imediatamente atendidas para evitar mal maior.
            De modo semelhante, a dor moral indica que algo em nossa vida de relação com o outro, com o mundo não vai bem.
            Essa dor pode originar-se nos conflitos domésticos: no relacionamento entre o casal, dos pais para com os filhos, dos filhos para com os pais, conflitos entre irmãos.
            Também tal dor pode ter sua origem nos contatos sociais fora do lar: no ambiente de trabalho, nas atividades empresarias, nas atividades sociais, nas práticas esportivas e até mesmo no ambiente religioso.
            Enfim, o comportamento não está adequado e assertivo.
            Torna-se necessário, então, ter a inteligência emocional para saber enfrentar os conflitos geradores dessas dores encontrando a possível harmonização.
            Analisando essas causas assim se manifesta Allan Kardec (1):
            “ Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
            Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
            Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
            Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou partem alguma!
            Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
            Quantas doenças e enfermidade decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!
            Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências!”
            Mais adiante ele conclui: ”A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo?  O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
            Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por ser melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.”
            Portanto, antes de aguardar o consolo é melhor ser previdente e usar o bom senso!
            Que se aguarde o consolo, como disse Jesus, relativamente à dores para as quais não concorremos e não pudemos evitar o seu aparecimento.
Bibliografia:
             (1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Ed. FEB, cap. V, itens 1 e 4.