sábado, 24 de junho de 2023

O APRIMORAMENTO PELA ÉTICA ESPÍRITA

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

            Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer  suas más inclinações?

            Sim, e frequentemente fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!     (Q. 909, de O livro dos Espíritos, Allan Kardec).

            Como o Espiritismo é uma doutrina evolucionista ele revela a necessidade de aprimoramento do ser humano como condição indispensável à sua própria felicidade. Esse aprimoramento se refere tanto ao aspecto intelectual quanto  moral.

            Não há dúvida que o desenvolvimento intelectual é admirável, à vista das conquistas da Ciência e da tecnologia, todavia o mesmo não se dá com a tanta intensidade no campo da Moral. Óbvio que, nessa área, tem havido evolução, contudo, pelo próprio conhecimento das ciências, esse desenvolvimento já deveria ser bem maior.

            O empecilho à essa  evolução é o predomínio do interesse exacerbado dos gozos materiais, denominados vícios, em detrimento às satisfações nos campos da Moral, do Direito, da  Justiça, da Arte.

            A Ética Espírita aponta como o pior desses vícios o egoísmo. Esclarece que derivam dele os demais males, pois na base deles sempre se identifica o sentimento negativo. Assim, é necessário que se estude os meios para transformar o  egoísmo em altruísmo.

            O egoísta coloca-se como sendo o centro da vida e do universo. Todas as coisas e seres devem atender aos seus interesses. A pessoa egoísta não admite a igualdade, a justiça, o amor e a liberdade. Para ter seus objetivos atendidos ela não titubeia  em tripudiar o direito do próximo, de maneira individual ou coletiva.

            Refletindo sobre o seu enquistamento no ser humano, indagou Allan Kardec aos Mentores Espirituais que trouxeram a Filosofia Espírita:” Fundando-se o egoísmo no interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo do coração humano. Chegar-se-á consegui-lo?

-  À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão à coisa materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso dependerá da educação”. ( O livro dos espíritos,  Q. 914. Allan Kardec).

            A orientação é no sentido de  é que a compreensão da vida espiritual liberta o ser humano da escravidão às coisas materiais, ou seja, estas deixam de ser um fim em si mesmas para se transformarem em instrumentos do progresso espiritual.  Alertam, também, sobre a necessidade de transformação das instituições que geram e estimulam o egoísmo em instrumentos que desenvolvam o altruísmo.

            Para se alcançar tal objetivo é preciso promover a transformação,  através do instrumento da educação no seu amplo sentido, ou seja, a conscientização e a vivência das pessoas, de forma individual e coletiva, dos princípios da justiça, da igualdade, da liberdade , do amor e da caridade.

REFLEXÕES:

1.     Como poderemos vencer as inclinações ao egoísmo?

2.     Só o desenvolvimento intelectual: científico e tecnológico é suficiente para o ser humano viver bem?

3.     Por que o egoísmo é a base para outras imperfeições humanas?

4.     Como pensa e sente o egoísta?

5.     Como a educação moral poderá mudar a situação do egoísmo individual e coletivo?

REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA:

1.     O livro dos espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB

2.     Espiritismo e Política: Contribuições para a evolução do ser e da sociedade,  Cap. 10, Aylton Paiva, ed. FEB.