VIVER CONSCIENTEMENTE
Quando
desejamos o nosso auto-aprimoramento a fim de possamos nos harmonizar
intimamente e, também, com o próximo, é desejável lembrarmos a indagação feita
por Allan Kardec: “ Será passível de censura o homem, por ter consciência do
bem que faz e por confessá-lo a si mesmo? “
Responderam
os Mentores Espirituais: “ Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do
bem igualmente deve tê-la. Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus
e, sobretudo, na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá dizer a si mesmo
se suas obras são boas ou más, que as poderá aprovar ou desaprovar. Não se lhe
pode, portanto, censurar que reconheça haver triunfado dos maus pendores e que
se sinta satisfeito, desde que de tal não se envaideça, porque então cairia em
outra falta. “ ( Questão nº 906 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec )
Portanto,
a orientação espiritual é que tenhamos, cada vez mais, consciência dos nossos
atos e deles façamos uma avaliação criteriosa, com base nos princípios da
justiça e do amor e da caridade;
Se
vivermos conscientemente, sem dúvida, teremos a indispensável auto-estima que
nos proporcionará o auto-respeito e a autoconfiança.
No
entanto, não é fácil concretizarmos esses conceitos, de certa forma, abstratos
em atos concretos de nossa vida diária.
Viver
conscientemente implica em alterações de padrões de comportamento, o que, pela
prática e persistência, possibilitará o desenvolvimento de novos padrões de
comportamento. Todavia, para que isso aconteça é necessário o uso da
inteligência, possibilitando a compreensão dos nossos atos que deverão ser
devidamente avaliados quanto à sua adequação e oportunidade.
Assim,
vivermos conscientemente exige o uso da inteligência e a escolha do “melhor a
fazer”, no exercício do livre arbítrio.
Desta
maneira, durante o dia, deveremos pensar e escolher dentro dos critérios do bem
e do mal, do justo e do injusto, do verdadeiro e do falso, da cooperação e da
competição, do altruísmo e do egoísmo, humildade e orgulho, os atos que
praticaremos e que se refletirão no próximo e em nós mesmos.
Não obstante,
não significa que devamos gostar e aceitar tudo o que vemos, mas a capacidade
de vermos o que é e o que não é, tanto quanto, consciência de que medos,
desejos e negações não alteram a realidade – aquilo que é.
Para
exemplificarmos as formas de viver consciente ou inconscientemente, analisemos
dois casos:
a)
Alberto começou a trabalhar em uma grande empresa.
Desde o momento que assumiu o seu setor de trabalho, procurou conhecer e
entender todos os aspectos do que lhe competia fazer. Estudou as rotinas de
trabalho. Prontificava-se a ajudar e a colaborar com os colegas de trabalho.
Preocupava-se em manter um bom clima no relacionamento profissional, assumindo
que os seus problemas pessoais eram seus e no trabalho não era momento para
partilhar com os companheiros as suas dificuldades emocionais, sentimentais ou
econômicas. Não se conformava com a rotina e sempre estava procurando aprender
algo novo dentro da empresa.
Passado o
período de experiência, quando surgiu uma vaga para o cargo mais elevado daquele em que estava, foi convidado a
assumi-lo, tendo o seu merecimento reconhecido.
Alberto viveu conscientemente,
demonstrando autoconhecimento de suas possibilidades e, conseqüentemente,
demonstrou elevada auto-estima.
b)
Ivan, à mesma época de Alberto, foi admitido a
trabalhar na empresa. A sua postura era a de aprender o necessário para cumprir
as suas funções. Quando lhe era solicitada alguma tarefa nova, ele queria saber
se fazia parte das atribuições do seu cargo. Não tinha interesse em aprender
coisas novas, pois segundo pensava tinha um salário para pagar o que já fazia.
Não cultivava amizade mais próxima com os colegas, pois, em sua análise,
permitir muita familiaridade possibilitaria que os companheiros de trabalho
tivessem facilidade para explorá-lo.
Quando
Alberto foi promovido, Ivan julgou-se injustiçado e considerou que ele fora
promovido porque bajulava os chefes e
permitia ser explorado pelos colegas de trabalho. Passou a sentir-se
muito mal, de forma depressiva e pensava
que não melhorava de vida porque as pessoas tinham inveja dele.
Ivan viveu
inconscientemente, não avaliando seus pensamento e atos, por conseqüência a sua
auto-estima era baixa.
Viver conscientemente é
assumirmos aquilo que motiva os nossos atos, objetivos, valores e refletidos
em nosso comportamento, com base no que
sabemos e no que pensamos. De certa forma, é assumirmos a responsabilidade pela percepção consciente e adequada à ação
que estamos praticando. Isso é indispensável para a nossa autoconfiança e
auto-estima.
É vivermos de
forma responsável ante a realidade.