“A
nova geração marchará, pois, para a realização de todas as ideias humanitárias
compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Avançando para o
mesmo alvo e realizando seus objetivos, o Espiritismo se encontrará com ela no
mesmo terreno. Aos homens progressistas se deparará nas ideias espíritas
poderosa alavanca e o Espiritismo achará , nos novos homens, Espíritos
inteiramente dispostos a acolhê-lo. Dado esse estado de coisas, que poderão
fazer os que entendam de se lhe opor? “ ( A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII
– São Chegados os tempos, item 24 ).
Ao lado de outras forças do bem, o
espírita deve dar sua contribuição para a realização desse objetivo do
Espiritismo: realização de todas as ideias humanitárias, apesar das
dificuldades levantadas pelo egoísmo e pelo orgulho de pessoas e grupos
sociais.
Contudo, o próprio Espiritismo
demonstra a possibilidade e a eficácia dessa ação, conforme preconiza o
codificador: “ Digamos, antes de tudo, que os bons, na Terra, não são
absolutamente tão raros como se julga; que os maus são numerosos é infelizmente
verdade, o que, porém, os faz parecerem ainda mais numerosos é que têm mais audácia
e sentem que essa audácia lhes é indispensável ao bom êxito. De tal modo ,entretanto,
compreendem a preponderância do bem que não podendo praticá-lo com ele se mascaram.”
Prossegue Allan Kardec, em seu
comentário: “Os bons ao contrário não fazem alarde das suas boas qualidade, não
se põem em evidência, donde o parecerem tão poucos numerosos. Pesquisai, no entanto,
os atos íntimos praticado sem ostentação e, em todas as camadas sociais,
deparareis com criatura de natureza boa
e leal em número bastante a vos tranquilizar o coração, de maneira a não desesperardes
da humanidade. Depois, cumpre também
dizê-lo, entre os maus, muitos há que apenas o são por arrastamento e que
tornariam bons, desde que submetidos a uma influência boa, Admitamos que, em
100 indivíduos, haja 25 bons e 25 maus; destes últimos, 50 contam que o são por
fraqueza e seriam bons se observassem bons exemplos, e, sobretudo, se tivessem
sido bem encaminhados desde a infância; dos 25 maus, nem todos serão incorrigíveis.
No estado a atual das coisas , os maus estão em maioria e ditam a lei aos bons.
Suponhamos que uma circunstância qualquer opere a conversão 50 porcento deles os bons ficarão em maioria
e a seu turno, ditarão a lei; dos 25 outros francamente maus, muitos sofrerão a
influência daqueles, restando apenas alguns incorrigíveis sem preponderância.” ( Obras Póstumas, de Allan Kardec,
As aristocracias, p.298 a 299.)
Na análise dessa questão, Kardec já
indagara aos Orientadores Espirituais: “ Por que, no mundo, tão amiúde, a
influência dos maus sobrepuja a dos bons?”. A resposta foi: “ Por fraqueza destes. Os maus são
intrigantes e audaciosos. Os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.
( O livro dos espíritos, Allan Kardec, questão nº932).
Juntamente com outros bons, os
espíritas devem querer exercer influências que sobrepujem a dos maus.
Ao lado da autoeducação, ou reforma
íntima, o espírita deve participar e influenciar na sociedade em que vive,
procurando levar às instituições que a estruturam os valores e normas do
Espiritismo. Essa é a verdadeira e necessária participação política.
REFLEXÕES:
1.
O
que fará a Nova Geração?
2.
O
Espiritismo tem contribuições a oferecer para o aprimoramento da sociedade?
3.
Os
bons têm condições de influenciar os maus?
4.
Você
concorda com a análise percentual de Kardec na transformação da sociedade para
justa e solidária?
5. O espírita deve se preocupar apenas
com a sua transformação moral pela reforma íntima?
REFERÊNCIA
BILIOGRÁFICA:
1. O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, ed. FEB.
2.
A Gênese, de Allan Kardec, ed. FEB.
3.
Obras
Póstuma, de Allan Kardec, ed. FEB.
4. Espiritismo e Política: Contribuições
para a evolução do ser e da sociedade,
Cap. 10, Aylton Paiva, ed. FEB.