quinta-feira, 13 de julho de 2023

A AÇÃO DOS BONS

 

 Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

                                                    A nova geração marchará, pois, para a realização de todas as ideias humanitárias compatíveis com o grau de adiantamento a que houver chegado. Avançando para o mesmo alvo e realizando seus objetivos, o Espiritismo se encontrará com ela no mesmo terreno. Aos homens progressistas se deparará nas ideias espíritas poderosa alavanca e o Espiritismo achará , nos novos homens, Espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo. Dado esse estado de coisas, que poderão fazer os que entendam de se lhe opor? “ ( A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII – São Chegados os tempos, item 24 ).

          Ao lado de outras forças do bem, o espírita deve dar sua contribuição para a realização desse objetivo do Espiritismo: realização de todas as ideias humanitárias, apesar das dificuldades levantadas pelo egoísmo e pelo orgulho de pessoas e grupos sociais.

           Contudo, o próprio Espiritismo demonstra a possibilidade e a eficácia dessa ação, conforme preconiza o codificador: “ Digamos, antes de tudo, que os bons, na Terra, não são absolutamente tão raros como se julga; que os maus são numerosos é infelizmente verdade, o que, porém, os faz parecerem ainda mais numerosos é que têm mais audácia e sentem que essa audácia lhes é indispensável ao bom êxito. De tal modo ,entretanto, compreendem a preponderância do bem que não podendo praticá-lo com ele se mascaram.”

           Prossegue Allan Kardec, em seu comentário: “Os bons ao contrário não fazem alarde das suas boas qualidade, não se põem em evidência, donde o parecerem tão poucos numerosos. Pesquisai, no entanto, os atos íntimos praticado sem ostentação e, em todas as camadas sociais, deparareis com criatura  de natureza boa e leal em número bastante a vos tranquilizar o coração, de maneira a não desesperardes da humanidade. Depois,  cumpre também dizê-lo, entre os maus, muitos há que apenas o são por arrastamento e que tornariam bons, desde que submetidos a uma influência boa, Admitamos que, em 100 indivíduos, haja 25 bons e 25 maus; destes últimos, 50 contam que o são por fraqueza e seriam bons se observassem bons exemplos, e, sobretudo, se tivessem sido bem encaminhados desde a  infância;  dos 25 maus, nem todos serão incorrigíveis. No estado a atual das coisas , os maus estão em maioria e ditam a lei aos bons. Suponhamos que uma circunstância qualquer opere a conversão  50 porcento deles os bons ficarão em maioria e a seu turno, ditarão a lei; dos 25 outros francamente maus, muitos sofrerão a influência daqueles, restando apenas alguns incorrigíveis sem preponderância.” ( Obras Póstumas, de Allan Kardec, As aristocracias, p.298 a 299.)

          Na análise dessa questão, Kardec já indagara aos Orientadores Espirituais: “ Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”. A resposta  foi: “ Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos. Os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão. ( O livro dos espíritos, Allan Kardec, questão nº932).

         Juntamente com outros bons, os espíritas devem querer exercer influências que sobrepujem a dos maus.

         Ao lado da autoeducação, ou reforma íntima, o espírita deve participar e influenciar na sociedade em que vive, procurando levar às instituições que a estruturam os valores e normas do Espiritismo. Essa é a verdadeira e necessária participação política.

REFLEXÕES:

1.     O que fará a Nova Geração?

2.     O Espiritismo tem contribuições a oferecer para o aprimoramento da sociedade?

3.     Os bons têm condições de influenciar os maus?

4.     Você concorda com a análise percentual de Kardec na transformação da sociedade para justa e solidária?

5.     O espírita deve se preocupar apenas com a sua transformação moral pela reforma íntima?

REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA:

1.     O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.

2.     A Gênese, de Allan Kardec, ed. FEB.

3.     Obras Póstuma, de Allan Kardec, ed. FEB.

4.     Espiritismo e Política: Contribuições para a evolução do ser e da sociedade,  Cap. 10, Aylton Paiva, ed. FEB.