Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
“Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela
maneira?
- Deus
prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem
e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam
melhores para com os seus semelhantes. “ (Questão nº 654 de O livro dos espíritos).(g.n.)
Desde que o
ser humano tomou conhecimento do mundo que o circunvolvia ele percebeu que havia
coisas que estavam acima do seu entendimento e do seu poder pessoal e tribal. A
essas forças e fenômenos da Natureza ele passa a temer e reverenciar. Esses
fenômenos eram: o sol, a lua, o raio, as montanhas, as pedras, as grandes
árvores, o fogo e outros.
Na relação
com esses “poderes” ele transforma seus medos e reverências em rituais e
organizações que originam as primeiras religiões ou cultos.
Com a
organização das cerimonias que levam ao culto surgem os organizadores que se
tornam os primeiros lideres com as mais diferentes denominações, conforme as
época e as regiões: sacerdote, rabino, mestre, profeta, guru e outros.
Tais
organizações pretendem orientar ou impor
às pessoas como elas devem se relacionar com Deus, sempre por intermédio de
seus denominados representantes,
estabelecendo posturas espirituais e, também, procedimentos materiais,
inclusive as fontes de recursos para manter aquela manifestação religiosa.
Como
organizações sociais tornaram-se, consequentemente, organizações políticas e
econômicas, daí surgindo, muitas vezes, conflitos por domínio de fiéis,
territórios e posses materiais.
Nesse
panorama surge o Rabi ou Mestre Jesus que, após seus trinta anos de vida, começa
a ensinar a forma de adorar a Deus em espírito e verdade, sem templos, sem
rituais ou dogmas. Ensina a Boa Nova do Amor a Deus e ao próximo. O cenário
para os seus ensinos é o meio do povo, nas praças, às margens do Tiberíades, na
sinagoga, no Templo, na casa do pescador Pedro ou no palácio do rico Zaqueu
Convive com todos: homens, mulheres,
ricos, pobres, mestres e ignorantes, judeus e gentios, doentes e sãos.
Vive e
convive em comunidade com os discípulos, não estabelece cargos nem hierarquia.
Sua voz de comando é o Amor, amor ao próximo e amor a Deus. Os bens, amealhados
por seu colégio de seguidores é distribuído para todos que o acompanhavam.
Desse
caminho de verdade, simplicidade e humildade, aqueles que se diziam seus
seguidores, no tempo e no espaço, dEle se distanciaram.
Séculos
depois a Filosofia Espiritualista do Espiritismo, na voz dos seus Mentores,
relembraria que “Deus prefere aqueles que o adoram do fundo do coração , fazendo
o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que não os
tornam melhores para com os seus semelhantes.”.
Para fazer o bem e evitar o mal é necessário que o
ser humano seja participante da sociedade em que vive, através de ações que
preservem os próprios direitos naturais, como, também dentro de suas possibilidade,
defenda os direitos naturais dos seus semelhantes.