sábado, 19 de janeiro de 2013

COMO DIALOGAR EM FAMÍLIA



           
            “Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?
            - É um progresso na marcha da humanidade.”  (1)
            Em nosso diálogo fraterno de atendimento a uma senhora que apresentava problemas de convivência com o marido e filhos, lembramos de algumas reflexões que já havíamos feito e na linguagem coloquial procuramos passar-lhe alguns desses conceitos que a Doutrina Espírita nos apresenta.
            A família é importante encontro de espíritos que se reúnem em processo educativo, onde uns já se encontram mais avançados em suas inteligências emocional, sentimental e intelectual; outros em estágios menos adiantados.
            Também o relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos, entre irmãos e outros componentes da constelação familiar pode ser mais harmônico ou não, em diferentes períodos dessas vidas entrelaçadas.
            A família tem uma dimensão espiritual muito grande.
            Não estamos compondo-a, por acaso.
            Os vínculos que prendem seus membros não são apenas os de natureza material, social e psicológica eles são mais fortes e se prendem à essência espiritual de cada um.
            No extenso panorama da vida eterna, que se projeta para o futuro, mas tem as suas raízes profundas no passado, através da pluralidade das existências, as energias de atração e repulsão manifestam-se de forma muito firme no relacionamento entre os seus componentes.
            Assim manifestam-se a simpatia e a antipatia, o bom relacionamento e o mau relacionamento, a harmonia e a desarmonia na constelação familiar.
            No entanto, sentimos que o lar é o laboratório  que deve depurar e aprimorar os laços afetivos daqueles que o estruturam.
            Para isso um instrumento  indispensável é o diálogo, a conversa que permita o entendimento.
            Certa feita, vi e ouvi a preleção que um psicólogo fazia a respeito dos conflitos familiares, especialmente entre aquele que se estabelece entre marido e mulher.
Na orientação aos clientes ele afirmava: - “dialoguem!”.
Prosseguiu ele: - Nossa! Depois eu ia ver o acontecido.  Ao invés de diminuir a confusão, eu tinha aumentado.
            Parece um paradoxo, mas é verdade. Se apenas dissermos: dialoguem, conversem. A confusão pode aumentar.
            Isto porque dialogar, não é um ficar discordando do outro e impondo as suas idéias e aumentando o volume da voz, quer isso ocorra entre marido e mulher; pais e filhos e entre irmãos.
            O diálogo para ser produtivo precisa ter alguns fundamentos e determinados objetivos.
1.      Aprender a ouvir o familiar.
Parece fácil, mas é difícil. Quando há contraposição de argumentos, de idéias não é fácil ouvir o familiar. A tendência é impor as próprias idéias. Muita vez, nem pensamos no que a outra pessoa está dizendo. A preocupação é arrumar outro argumento para rebater as palavras que nem se está ouvindo.
            Sim, para haver diálogo é preciso aprender a ouvir, exercitar a paciência. Colocar-se no lugar daquele que está falando. Ponderar os seus pensamentos e a verdade ou não sobre eles.
            Tem de começar com uma prática de amor ao próximo, como preconizou o Mestre Jesus.
            2. Controlar as emoções.
            Se surgiu um problema com aquele membro da família e esse problema também nos envolve e nos traz mal estar, produzindo forte emoção negativa, não adianta embarcarmos nas ondas dos pensamentos e sentimentos descontrolados.
            Primeiramente, vamos controlar essas emoções, que podem ir da irritação ao ódio.
            3. Ser compreensível.
Se, no diálogo, tivermos que mostrar ao outro um erro, vamos fazê-lo da maneira mais tolerante que nos seja possível.
            4. Reconhecer a verdade.
De nossa parte, saibamos reconhecer o erro e, se for o caso, repará-lo, sabendo que todo ser humano ainda não é perfeito e estamos trilhando esse aprimoramento. Que não há desdouro em reconhecer a própria falha e consertá-la.
            5. Harmonização.
Portanto, em nosso diálogo, em família, principalmente quando haja divergência sobre algo, saibamos encontrar os pontos de convergência ou mesmo aceitar os próprios erros ou esclarecer o familiar relativamente ao seu engano, com sincero desejo em ser-lhe útil.
Referência bibliográfica: (1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão n 695, Ed. Feb.