DIA DOS PAIS
Caminhava
pela calçada quando, com passos apressados, alguém se emparelhava comigo. Era o
jovem Marcos.
Olá, tudo
bem com o senhor?
- Sim, tudo
bem!
Indaguei-lhe:
- aonde vai, com tanta pressa?
- Vou
comprar um presentinho para meu pai.
Falando
nisso, embora esteja indo comprar esse presente, o senhor não acha que essa de
dia dos pais é uma criação do comércio para vender mais?
- É, de
fato, pode haver um aspecto comercial nisso, mas a “história” é mais antiga.
Originalmente a homenagem aos pais não começa pelo comércio, nem por
especialista de “marketing”.
- Não?
Então como começou?
- Vem lá de
longe. O Dia dos Pais tem origem na antiga Babilônia, há mais de quatro mil
anos. Um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu em argila um “cartão”. Nele
expressava, desejando ao pai, sorte, saúde e longa vida.
- Ah! Que
interessante?
- Pois é,
Marcos, depois disso os registros sobre esse evento assinalam que, em 1909, nos
Estados Unidos da América do Norte, Sonora Luise resolveu criar o Dia dos Pais
motivada pela admiração e carinho que sentia por seu pai John Bruce Dodd.
O interesse
pela homenagem espalhou-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington
e envolveu o país.
Sob o aspecto comercial,
atribui-se ao publicitário Sylvio Bhering a criação da estimulação de compras
de presente para fazer a homenagem ao pai.
Com a aceitação popular, em 1972,
o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia do Pai. Porém, naquele
país o dia é comemorado no terceiro domingo de junho. È curioso que o dia da
comemoração vária de um país para o outro. Em Portugal, por exemplo, é
comemorado dia 19 de março. No Brasil, e em alguns outros países, no terceiro
domingo de agosto.
- Puxa, muito interessante, o
senhor parece uma enciclopédia.
- Não! Não sou enciclopédia. A
enciclopédia que me forneceu essas informações foi a Wikipedia, na internete.
- De qualquer forma, valeu!
- Sim, Marcos, porém temos que
observar o lado espiritual dessa comemoração e isso posso comentar com você.
Ao lado da mãe, o pai tem uma
tarefa muito importante, no lar, junto aos filhos, sejam eles biológicos ou
não.
A função da paternidade
responsável, como da maternidade, surge com a instituição do casamento.
Na questão nº. 695 de O Livro dos
Espíritos, de Allan Kardec, os Mentores Espirituais esclarecem que o casamento
é um progresso na marcha da Humanidade e, na questão seguinte, sua abolição
marcaria um regresso à vida dos animais.
Lembremos, ainda, que no Velho
Testamento, Decálogo, encontramos: “Honrai a vosso pai e a vossa mãe...” (Êxodo,
cap. XX, v.12), que se constitui em uma forma de manifestação do Amor, como
ensinado por Jesus.
- O senhor tem razão. É
necessário honrar o pai.
- Todavia, esse respeito não deve
ser no sentido de querer ver no pai o super- herói, nem se frustrar porque o
pai não o é.
O pai, como ser humano, pode ter
qualidades e defeitos; ter mais ou menos sabedoria; estar mais ou menos
preparado para a sua missão de paternidade.
Conseqüentemente, o bom pai é
aquele que procura ajudar e orientar os filhos a atingirem a maturidade e a
autonomia para viverem a própria vida.
- E o bom filho?
- Marcos, o bom filho é aquele
que enxerga o pai como um ser humano que tem acertos e erros. Com quem se pode
concordar ou discordar e, quando divergir, fazê-lo com bom senso e respeito.
- E feliz será o pai que assim
puder entender o seu filho.
- Quanta coisa interessante para
se pensar...
É..., mas agora vou acelerar os
passos, se não o fizer a loja fechará as portas e ficarei sem comprar o
presentinho para meu pai, com o dinheirinho do meu primeiro emprego! Até
mais...
- Até mais e leve meu abraço ao
seu pai.
- Tá!