Aylton Paiva - paiva.aylton@terra.com.br
“ Bem aventurados
os que são brandos, porque possuíram a Terra. (Mateus, 5:5}
Comentando as palavras atribuídas a Jesus, pelo discípulo
Mateus, Allan Kardec (1) diz; “Por aquelas palavras quis dizer ( Jesus) que até agora os bens da Terra são
açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos, que a estes falta muitas vezes o
necessário, ao passo que outros tem o
supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu,
porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter a lei de
amor e de caridade, deixará de haver egoísmo. O fraco e o pacífico já não serão
explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal condição da Terra,
quando , de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver
tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.”
As palavras de Allan Kardec são esclarecedoras
relativamente aos desequilíbrios que ainda imperam no relacionamento humano,
tanto em nível individual, quanto no coletivo.
As pessoas com características da violência sempre
pretende levar vantagens e não aceitam contestação aos seus desejos, mesmo que,
muitas vezes injustos.
Na expressão maior desse conflito, encontramos a guerra.
A guerra que, até hoje espalha seus tentáculos de destruição e sangue largando
atrás de si a viuvez, a orfandade, os destroços de sentimentos e edificações.
Diz nos Emmanuel (2 )
“ A guerra foi sempre o terror das nações.
Furacão de inconsciência, abre a porta a todos os
monstros da iniqüidade por onde se
manifesta. O que a civilização ergue, ao preço dos séculos laboriosos de suor,
destrói com a fúria de poucos dias.
Diante dela, surgem o morticínio e o arrasamento, que
compelem o povo à crueldade e à
barbaria, através das quais aparecem dias amargos de sofrimento e regeneração
para as coletividades que lhe aceitaram os desvarios.
Ocorre o mesmo, dentro de nós, quando abrimos luta
contras os semelhantes.
Sustentando a contenda com o próximo, destruidora
tempestade de sentimento nos desarvora o coração. Idéias superiores e
aspirações sublimes longamente acariciados por nosso espírito, construções do
presente para o futuro e plantações de luz e amor, no terreno de nossas almas,
sofrem desabamento e desintegração, porque o desequilíbrio e a violência nos
fazem tremer e cair nas vibrações do egoísmo absoluto que havíamos relegado à
retaguarda da evolução.
Depois disso, muitas vezes devemos atravessar aflitivas
existências de expiação para corrigir as brechas que nos aviltam o barco do
destino, em breve momentos de insânia...
Façamos a paz com os que nos cercam, lutando contras as
sombras que ainda nos perturbam a existência, para que se faça em nós o reinado
da luz.”
Na reflexão das sábias palavras de Jesus, Kardec e Emmanuel
encontramos os esclarecimentos necessários para colimarmos a paz em nós e no
mundo em que vivemos.
Caminhemos nessa direção, embora com passos, no
momento, pequenos...
Bibliografia:
(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IX, item 5,
Ed. FEB.
(2) Fonte Viva, Embainha tua espada, cap. 114, Emmanuel/
F.C.Xavier, Ed. FEB):