sexta-feira, 7 de abril de 2023

O VALOR DO TRABALHO

 

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

 

            “ O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” ( Questão 674 de O livro dos espíritos).

            Assim é considerado o trabalho na Filosofia Espírita, não é apenas uma atividade que se exerce para ganhar dinheiro e aumentar os gozos que a vida material pode oferecer.

            Na questão 675, da citada obra, os Mentores Espirituais informam: “...o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.(grifo nosso)

            Portanto o trabalho se impõe ao ser humano por ser consequência da sua própria natureza corpórea. Ele pode ser um instrumento de expiação, mas essencialmente é um meio de desenvolvimento da inteligência e da moral.

            Vivendo neste mundo material, para satisfazer suas necessidades básicas: alimentação, segurança e bem-estar, o homem  tem que trabalhar, o que  impulsiona ao progresso intelectual. Assim, o trabalho é importante meio de participação no mundo em que vive, e, especificamente, na sociedade de que faz parte.

            Ao trabalhar o homem cria e, consequentemente, torna-se um agente altivo do supremo Criador; revela-se um cocriador dentro da vida. Independentemente da sua natureza, o trabalho traz em si mesmo a dignidade que deve ser respeitada, jamais servindo de motivo à humilhação ou exploração.

            É como pessoa e Espirito imortal que o ser humano está sujeito ao trabalho. Este deve servir para que ele se desenvolva intelectual e moralmente e, consequentemente, desenvolver a sociedade.

            Essa é a visão espírita do trabalho é, também, a visão cristã. Constitui postulado da Doutrina Social Espírita e da Doutrina Social Cristã.

            Conclui-se, pois, que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, afastando assim, moralmente, toda forma de exploração do ser pelo trabalho para  satisfazer o interesse econômico. A pessoa jamais poderá ser reduzida a “instrumento de trabalho”.

            A civilização cria muitos tipos de trabalho, nenhum dele, porém, poderá servir como meio de exploração do homem com o objetivo do lucro, nem ferir sua dignidade como ser humano. Quando isso acontece, surge a pobreza e a marginalização, evidenciando  flagrante injustiça social.

            A dimensão social e espiritual do homem não pode ser inibida quando ele estiver trabalhando. O trabalho  é seu instrumento de progresso social, intelectual e espiritual É necessário componente na sua dinâmica evolutiva.

Referência bibliográfica:

            O livro dos espíritos, de Allan Kardec.

            Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, Ed. FEB.

 AS LEIS MORAIS

Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.combr

 

            Ao iniciar os estudos sobre a Lei Divina ou Lei Natural, na questão nº 614, Allan Kardec indagou: “ Que se deve entender por Lei Natural?  Responderam os Mentores Espirituais: “ A Lei Natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do ser humano e ele só é infeliz quando dela se afasta”.

            Compreendendo a importância da compreensão dessa lei pelos seres humano para poderem ser felizes, Kardec interpela novamente os Mentores Espírituais:  “A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amro ao próximo, ensinado por Jesus? “. E eles esclareceram: Certamente esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse prec eito  compreende só uma parte da lei. Aos seres humanos são necessárias regras precisas: os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de porta abertas à interpretação.” (Q.647)

            C0nsiderando a profundidade e a extensão da resposta dos Luminares Espirituais, o Codificador avança corajosamente: “ Que pensais da divisão da lei natural em dez parte, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade?” Os Orientadores Espirituais concordam: “ Essa divisão da lei de Deus em dez parte é a de Moisés e de natureza a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. Pode pois adotá-la, sem que por isso, tenha qualquer coisa de absoluta, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. A última é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras.”; (Q.648)

            É relevante analisar que Allan Kardec entende toda a extensão da resposta data à questão número 647 que era preciso penetrar, esclarecer e informar  a essência e a aplicação da lei do Amor ensinada por Jesus, conforme a detalhada explicação dos Mentores Espirituais que elaboravam a Doutrina Espírita e eles são enfáticos em afirmar a necessidade de  mostrar as aplicações concreta desse preceito e, sobretudo, destacam que: “ a lei Natural  abrange todas as circunstâncias da vida”

            Então elas regem e disciplinam os nossos relacionamentos de uns para com os outros, com a Natureza, com os fenômenos sociais, políticos, ambientais, familiares, nacionais e internacionais

            E era preciso que a aplicação dos princípios éticos contidos na afirmação de Jesus: Amai-vos uns aos outros fosse devidamente detalhados na aplicação na forma de ser e de viver a partir do século XIX, tendo em vista as contribuições das ciências: Biologia, Antropologia, Geografia, História, Sociologia, Política, Ecologia, Economia, Psicologia. Pedagogia.

            Consequentemente, a pessoa que pretenda aceitar a Doutrina Espírita, principalmente o seu aspecto Filosófico, necessita ter conhecimento de O livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec, em sua  Parte Terceira – Das Leis Morais