sábado, 31 de agosto de 2024

VALORES ÉTICOS ESPÍRITAS


Aylton Paiva -  paiva.aylton@terra. com.br

            “Não basta dizer-se espírita, aquele que o é de coração prova-o por seus atos.” ( Revista Espírita, fevereiro de l867)

O espírita, como cidadão, deve ter coerência entre os valores éticos e a   sua conduta.

            Onde ele encontra os valores éticos do Espiritismo?

  - Em O livro dos espíritos, na sua 3ª Parte – Das Leis Morais.

            Esses valores  devem ser aplicados na autoeducação que propiciará o  desenvolvimento espiritual individual. Também para o aprimoramento da sociedade, que se se realiza,  nos regimes democráticos participativos, através da política partidária  que atua nos Poderes   Legislativo e Executivo e, no caso da República Federativa do Brasil, nos níveis: municipal, estadual e federal.

              É responsabilidade muito grande  pois outorgar o  voto.  Ele é uma procuração que dará poderes para a pessoa eleita atuar no  cargo  legislativo ou executivo. Suas ações poderão pender para o bem ou para o mal, conforme o seu caráter.

            Portanto, é preciso ter critérios para avaliar o caráter e a conduta do cidadão que pretenda assumir esse compromisso com o povo.

            “... a ação política dos bons é um imperativo na hora atual. O Espiritismo apresenta conceitos claros e precisos para sua atuação.” (2)

            Resumidamente, vejamos alguns  valores éticos do Espiritismo apresenta como diretriz para essa avaliação:

“ A verdadeira adoração a Deus é: “Fazer o bem e evitar o mal”. (Q.654) (1)

 Toda ocupação útil é trabalho. (Q. 675)

Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. ( Q.692)

O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens,  que é consequente da necessidade de viver. (Q.711)

A vida social faz parte da Natureza. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.(Q766)

O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente.  Mas, nem todos progridem simultaneamente e    do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social. ( Q.779)

De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? ... Abolindo os prejuízos de seitas castas cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos. (Q.799)

Perante Deus são iguais todos ao homens? Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas lei para todos. (Q.803).

As desigualdades sociais são obras dos homens. (Q.806)

A igualdade absoluta das riquezas não é possível, a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. (811)

São iguais perante Deus os direitos do homem e da mulher. A ambos Deus outorgou a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir. (817)

Não há no mundo condições para o homem gozar da absoluta liberdade, porque uns precisam dos outros. (Q.825)

No pensamento goza o homem ilimitada liberdade. (833)

Repudiar o outro que não tem a mesma crença é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento. (839)

O sentimento de justiça está na Natureza e a ideia de injustiça gera revolta. (873)

A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos outros.

O primeiro dos direitos naturais  é o de viver. Ninguém tem o direito de  tentar contra a vida do seu semelhante. ( (880)

A legítima propriedade é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem. (883)

Para Jesus o verdadeiro sentido da caridade é: benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas. (886) “

Consequentemente, ao escolher um candidato para votar é fundamental verificar se a pessoa se aproxima pelas ideias e condutas desses valores éticos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

(1)  O Livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec. Ed. FEB.

              Os números entre parênteses são as questões do supracitado livro.

(2)  Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. -  Aylton Paiva – Editora FEB.