sábado, 4 de janeiro de 2025

TRABALHO E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

 

            “ O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.” ( Questão 674 de O livro dos espíritos).

            Para a  Filosofia Espírita trabalho  não é apenas uma atividade que se exerce para ganhar dinheiro e aumentar os gozos que a vida material pode oferecer.

            Na questão 675, da citada obra, os Mentores Espirituais informam: “...o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.(grifo nosso)

            Portanto o trabalho se impõe ao ser humano por ser consequência da sua própria natureza corpórea. Ele pode ser um instrumento de expiação, mas essencialmente é um meio de desenvolvimento da inteligência e da moral.

            Vivendo neste mundo material, para satisfazer suas necessidades básicas: alimentação, segurança e bem-estar, o homem  tem que trabalhar, o que  impulsiona ao progresso intelectual. Assim, o trabalho é importante meio de participação no mundo em que se vive, e, especificamente, na sociedade  que se faz parte.

            Ao trabalhar o homem cria e, consequentemente, torna-se um agente altivo do Supremo Criador; revela-se um cocriador dentro da vida. Independentemente da sua natureza, o trabalho traz em si mesmo a dignidade que deve ser respeitada, jamais servindo de motivo à humilhação ou exploração.

            É como pessoa e Espirito imortal que o ser humano está sujeito ao trabalho. Este deve servir para que ele se desenvolva intelectual e moralmente e, consequentemente, desenvolver a sociedade.

            Essa é a visão espírita do trabalho é, também, a visão cristã. Constitui postulado da Doutrina Social Espírita e da Doutrina Social Cristã.

            Conclui-se, pois, que o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho, afastando assim, moralmente, toda forma de exploração do ser pelo trabalho para  satisfazer o interesse econômico. A pessoa jamais poderá ser reduzida a “instrumento de trabalho”.

            A civilização cria muitos tipos de trabalho, nenhum dele, porém, poderá servir como meio de exploração do homem com o objetivo do lucro, nem ferir sua dignidade como ser humano. Quando isso acontece, surge a pobreza e a marginalização, evidenciando  flagrante injustiça social.

            A dimensão social e espiritual do homem não pode ser inibida quando ele estiver trabalhando. O trabalho  é seu instrumento de progresso social, intelectual e espiritual É necessário componente na sua dinâmica evolutiva.

Referência bibliográfica:

1.     O livro dos espíritos, de Allan Kardec., 3ª Parte – cap. III – Da lei do trabalho. Ed. FEB. 87 ª edição.  Tradução Guillon Ribeiro

2.     Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva, cap. 3- O trabalho segundo o Espiritismo, Ed. FEB. 1ª edição.

 

 

 

 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

A LEI DE ADORAÇÃO

 


                Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

Desde as eras mais remotas os seres humanos sempre temeram ou adoraram forças que lhes eram superiores, representando Deus nessas forças.

            Na infância da humanidade intelectual  o medo e a adoração se ligavam a coisas ou eventos físicos, como: a montanha, o vendaval, os raios e trovões.

            As coisas boas da vida também eram nomeadas como seres divinos a proteger-lhes a saúde, a caça, o bom tempo, a colheita. Assim, esse medo ou  temor passam a ser reverenciados de forma individual e coletiva, surgindo os rituais de adoração. Junto com eles emergem  pessoas que se colocavam como intermediários entre os seres poderosos, os deuses e as pessoas, dando início às classes sacerdotais e aos rituais de adoração por elas estabelecidas e dirigidas.

            Desta forma a interpretação da  ligação da criatura com o Criador deu origem aos rituais e aos templos de pedras, bem como, às classes sacerdotais, através do tempo.

            Jesus inaugura nova era, sua ligação com o Supremo Criador era do filho para com o Pai, isto é, adorava-O em espírito e verdade.

            Ele afirma:” Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim.” ( João, 14-1). Estabelece de forma objetiva e direta a possibilidade de a pessoa entrar em contato direto com Deus e com Ele.

            Seus ensinamentos não eram transmitidos em templos de pedras, nem através de rituais ou cerimônias,  e sim no meio do povo. O Mestre Jesus ensinava para a  igreja: assembleia pública, ou seja, para a ekklesia, no idioma grego ou ecclesia na língua latina.

            Portanto, a igreja como templo de pedras foi criação dos homens.

            Com o Espiritismo surge uma nova era, a Filosofia Espírita trazida pelos Mentores Espirituais relembra a forma de adoração a Deus por Jesus e, com os novos tempos, esclarece e detalha essa forma de adoração.

            Na questão número 654, indagou Allan Kardec: “Tem Deus preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?”  E os espíritos responderam: “ Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julga honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes.” (1)

            A adoração a Deus, conforme o Espiritismo tem uma ação na sociedade ou, de forma mais ampla, no planeta em que se vive, ou seja fazer o bem e evitar o mal.

            Esse conceito de adoração a Deus  propõe não só a reforma íntima, chamada  autoeducação, como a reforma da sociedade em seus padrões de egoísmo e orgulho, pelos quais se geram as desigualdades e as injustiças.

            O Espiritismo ajuda na compreensão das limitações humanas e na proteção divina, nunca impondo a submissão castradora, de inibição às potencialidades humanas. Pelo contrário, demonstra que a oração, ao aproximar a criatura do Criador, constitui-se numa possibilidade de estudo de si mesma. As boas ações são as melhores preces, por isso valem  os atos mais do que as palavras.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

(1)  O livro dos espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, tradução Guillon Ribeiro, 3ª Parte – Das leis morais – I  Da lei de adoração.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

FILOSOFIA ESPÍRITA: A ÉTICA E A MORAL ESPÍRITA

 

Aylton Paiva -paiva.aylton@terra.com.br

O Espiritismo inicia com a Filosofia Espiritualista Espírita, conforme a indicação na primeira página de O Livro dos Espíritos, organizado por Allan Kardec.

Como Filosofia ele tem uma parte Ética que se encontra na Parte Terceira – Das Leis Morais, do citado livro, expressa nos capítulos: Da lei divina ou natural, Da Lei da adoração, Da Lei do trabalho, Da lei de reprodução, Da lei da conservação, Da lei da destruição, Da lei de sociedade, Da lei do progresso, Da lei de igualdade, Da lei de liberdade, Da lei de justiça, de amor e de caridade, da Perfeição Moral.

Nessas leis estão os valores que devem nortear a Moral Espírita, isto é, o comportamento do espírita na sociedade.

Logo, para que uma pessoa seja espírita “consciente”, ela precisa conhecer a Ética Espírita a fim de que seu comportamento  seja um comportamento expressando a Moral Espírita.

Para a Filosofia Espiritualista Espírita esses valores estão impressos na lei Natural ou Lei Divina, conforme a questão nº 614  do já citado livro. Indagou Allan Kardec: “ Que se deve entender por lei natural?” Os Mentores Espirituais responderam: “ A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele   só é infeliz quando dela se afasta.” (1)

Definem claramente o Bem e o Mal, consoante a questão 629: “ Que definição se pode dar da moral?”. Responderam os Mentores Espirituais: “ A Moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus”.

Com o seu conhecimento sobre Filosofia, indaga, novamente, Kardec, na questão nº 630: “ Como se  pode distinguir o bem do mal?”. Os Mentores Espirituais dizem: “ O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.”.

Solicita  Kardec: “Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade do ensino que os Espíritos dão? Terão que nos instruir mais algumas coisa?” E a resposta se faz clara: “ Jesus empregava amiúde, na sua linguagem alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se torne inteligível para todo o mundo” ( Questão 627)

Assim, a Ética Espírita explica, detalha, contextualiza a Ética Cristã.

O conhecimento da Ética Espírita, consequentemente, é indispensável para o melhor entendimento da Ética que Jesus trouxe.

Portanto, se uma pessoa frequenta o centro espírita para ouvir palestras, para receber a assistência espiritual, participa das atividades no centro espírita, como: voluntario na assistência social, atividades administrativas e outras, ela pode ser uma pessoa boa, deseja fazer o bem, contudo não conhece a Ética Espírita  ela age de conformidade com a sua  própria moral, que pode se aproximar da Ética Espírita ou não.

OBSERVAÇÃO: Na linguagem comum, vulgar, as palavras ética e moral são usadas como sinônimos, mas na linguagem filosófica os termos  têm significados diferentes.

ÉTICA: conjunto de valores em uma Filosofia que definem o certo e o errado. O bem e o mal.

MORAL: é  a aplicação dos valores da Ética no comportamento do ser humano em sua convivência na sociedade.

Temos então: A moral espírita é a aplicação dos valores da Ética, conforme a Filosofia Espiritualista Espírita, no comportamento das pessoas.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

AMOR À SOCIEDADE

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

Disse Jesus: “amarás o teu próximo como a ti mesmo.”. ( Mateus,cap.22, vers. 39)

                Geralmente essa afirmação de Jesus é  vista como de aplicação individual. Apenas se referindo ao amor entre as  pessoas. Todavia, essa afirmação de Jesus é mais abrangente, seu amor não foi, apenas, de forma individualizada a algumas pessoas, e sim o amor pela humanidade.

                Sob essa perspectiva  considere-se que o Mestre Jesus  concita a amar a sociedade em que vivemos.

                O que seria amar a sociedade? Inquestionavelmente fazer todo o bem nas ações em sociedade, através da família, da  profissão, do lazer, nas ações voluntárias às organizações sociais e culturais,  na participação em organizações não governamentais – ONGs – que visem melhorar as condições econômicas, sociais e culturais das pessoas.

                “...Torna-se evidente que a pessoa tem um compromisso com a sociedade em que vive. Nela deve participar, dando sua contribuição, de acordo com suas possibilidades intelectuais e sentimentais.” (1)

                Há um momento específico, e muito importante, para a expressão desse amor quando, em um regime democrático representativo, participativo, como existente em nosso país,  como seres políticos, cidadãos e cidadãs, em nossa missão de eleitores, escolher as pessoas que deverão  representar o eleitor nos Poderes: Legislativo e Executivo, nos níveis: municipal, estadual e federal ou, então, candidatando-se ao exercício desses cargos.

                Para se expressar efetiva e conscientemente esse amor à sociedade é preciso ter critérios éticos.

                O espírita encontra esses critérios éticos na Filosofia Espírita em O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, em sua 3ª Parte – Das Leis Morais. (2)

               

 

Alguns desses critérios são:

                “ A verdadeira adoração a Deus é: “Fazer o bem e evitar o mal”.(Q. 654).

                “ O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens, que é consequente da necessidade de viver “.(Q.711).

                “ Perante Deus são iguais todos os homens? Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. (Q.803).

                “ As desigualdades sociais são obras dos homens”. (Q. 806).

                “ A igualdade absoluta das riquezas não é possível, a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres.” (Q.811).

                “ São iguais perante Deus os direito do homem e da mulher. A ambos Deus outorgou a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir.” (Q.817).

                “ Não há no mundo condições para o homem gozar da absoluta liberdade, porque uns precisam dos outros.” (Q. 826).

                “ O sentimento de justiça está na Naturezas e a ideia de injustiça gera revolta.” (Q. 873).

                “ A legitima propriedade é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem.”.(Q.883).

                “ Para Jesus o verdadeiro sentido da caridade é: benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas”. ( Q.886).

                Consequentemente, ao escolher um candidato para votar é fundamental verificar se a pessoa se aproxima pela ideias e conduta desses valores éticos.

                Também aquela pessoa que pretenda concorrer aos cargos eletivos nos Poderes executivo e legislativo precisa avaliar quanto ela é coerente nos seus ideais e condutas com os mencionados critérios.

REFERÊNCIA BIBLIOFRÁFICA:

(1)   Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Aylton Paiva. Editora FEB.

(2)   O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro, Editora FEB.

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

A ESPERANÇA DE UMA NOVA ERA

 


           Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br

           

            Estamos vivendo dias difíceis, ou pelo menos achamos que estamos vivendo tempos difíceis.

            As notícias nos jornais impressos e na televisão apresentam guerras, terremotos, roubos, assassinatos e outros desastrosos comportamentos humanos.

            Para aliviar um pouco essa pressão mental e espiritual, decidi ouvir, ou melhor, ler um admirável instrutor espiritual: Emmanuel, responsável pelo  exemplar trabalho do médium Francisco Cândido Xavier.

            Abri, ao acaso, o seu livro Roteiro. (Ed.  FEB, 6ª edição, cap. 21)

             Evangelho e Educação:

            “ Quando  mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.

            Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância, e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a  ética e a ciência, a filosofia e a religião.

            Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.

            Prosperava a instrução, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.

            O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.

            A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.

            Os pais podiam vender os filhos.

            Era razoável  cegar os vencidos e aproveitá-los em serviços domésticos.

            As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.

            Enfermos eram sentenciados ao abandono.

            As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.

            Os mutilados deviam perecer nos campo de luta, categorizados  à conta de carga inútil.

            Qualquer tirano desfrutava o direito de reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.

            Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.

            Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.

            Revela e vive os fundamentos da justiça e do amor.

            Iluminados por sua influência os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.

            Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.

            Pouco a pouco altera-se a paisagem social, no curso dos séculos

            Nova mentalidade surge na Terra.

            O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.”

            Pincelei algumas frases do elucidativo e animador texto do caro benfeitor espiritual.

            Lembrei-me que na inspiração dos ensinos de Jesus, temos, hoje, a consagração dos Diretos Humanos na Declaração da ONU, fonte inspiradora dos direitos fundamentais estampados em todas as Constituições dos países democráticos.

            Então tenhamos a esperança de, contemplando as nuvens escuras e pesadas que anunciam a terrível tempestade, enxergar acima delas o sol radioso e belo de Nova Era.

            Assim ela já começara a existir dentro de cada um de nós e progressivamente será materializada na comunidade mundial.

            Façamos, pois, a nossa parte, ainda que pequena,   ela é indispensável.

           

           

 

 

 

sábado, 31 de agosto de 2024

VALORES ÉTICOS ESPÍRITAS


Aylton Paiva -  paiva.aylton@terra. com.br

            “Não basta dizer-se espírita, aquele que o é de coração prova-o por seus atos.” ( Revista Espírita, fevereiro de l867)

O espírita, como cidadão, deve ter coerência entre os valores éticos e a   sua conduta.

            Onde ele encontra os valores éticos do Espiritismo?

  - Em O livro dos espíritos, na sua 3ª Parte – Das Leis Morais.

            Esses valores  devem ser aplicados na autoeducação que propiciará o  desenvolvimento espiritual individual. Também para o aprimoramento da sociedade, que se se realiza,  nos regimes democráticos participativos, através da política partidária  que atua nos Poderes   Legislativo e Executivo e, no caso da República Federativa do Brasil, nos níveis: municipal, estadual e federal.

              É responsabilidade muito grande  pois outorgar o  voto.  Ele é uma procuração que dará poderes para a pessoa eleita atuar no  cargo  legislativo ou executivo. Suas ações poderão pender para o bem ou para o mal, conforme o seu caráter.

            Portanto, é preciso ter critérios para avaliar o caráter e a conduta do cidadão que pretenda assumir esse compromisso com o povo.

            “... a ação política dos bons é um imperativo na hora atual. O Espiritismo apresenta conceitos claros e precisos para sua atuação.” (2)

            Resumidamente, vejamos alguns  valores éticos do Espiritismo apresenta como diretriz para essa avaliação:

“ A verdadeira adoração a Deus é: “Fazer o bem e evitar o mal”. (Q.654) (1)

 Toda ocupação útil é trabalho. (Q. 675)

Tudo se deve fazer para chegar à perfeição e o próprio homem é um instrumento de que Deus se serve para atingir seus fins. ( Q.692)

O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens,  que é consequente da necessidade de viver. (Q.711)

A vida social faz parte da Natureza. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.(Q766)

O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente.  Mas, nem todos progridem simultaneamente e    do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social. ( Q.779)

De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? ... Abolindo os prejuízos de seitas castas cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos. (Q.799)

Perante Deus são iguais todos ao homens? Sim, todos tendem para o mesmo fim e Deus fez suas lei para todos. (Q.803).

As desigualdades sociais são obras dos homens. (Q.806)

A igualdade absoluta das riquezas não é possível, a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. (811)

São iguais perante Deus os direitos do homem e da mulher. A ambos Deus outorgou a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir. (817)

Não há no mundo condições para o homem gozar da absoluta liberdade, porque uns precisam dos outros. (Q.825)

No pensamento goza o homem ilimitada liberdade. (833)

Repudiar o outro que não tem a mesma crença é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento. (839)

O sentimento de justiça está na Natureza e a ideia de injustiça gera revolta. (873)

A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos outros.

O primeiro dos direitos naturais  é o de viver. Ninguém tem o direito de  tentar contra a vida do seu semelhante. ( (880)

A legítima propriedade é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem. (883)

Para Jesus o verdadeiro sentido da caridade é: benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas. (886) “

Consequentemente, ao escolher um candidato para votar é fundamental verificar se a pessoa se aproxima pelas ideias e condutas desses valores éticos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

(1)  O Livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec. Ed. FEB.

              Os números entre parênteses são as questões do supracitado livro.

(2)  Espiritismo e Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. -  Aylton Paiva – Editora FEB.

 

 

sábado, 9 de dezembro de 2023

MOMENTOS DE DESTRUIÇÃO E RECONSTRUÇÃO


Vivemos momentos preocupantes com a violência e a destruição que eclodem por toda parte, seja na própria sociedade local, seja entra nações através do monstro terrível das guerras.

            O espiritismo nos diz que estamos em fase transitória no processo evolutivo do planeta e da sociedade humana. Exemplifica como se estivéssemos destruindo uma casa velha e, ao mesmo tempo, construindo um edifício moderno, novo, no mesmo local.

            O planeta Terra ainda é um mundo de provas e expiações, no qual espíritos imperfeitos temos que passar por dolorosas  provas físicas, morais e espirituais para nos reajustarmos perante a Lei Divina em virtude dos males que praticamos, individual e coletivamente. Também outras situações difíceis testam nossos valores morais e espirituais: são as provas.

            Considerando as destruições coletivas que se manifestam como verdadeiros flagelos, indagou Allan Kardec, o codificador do Espiritismo: “ Com que fim fere Deus a humanidade por meio de flagelos destruidores?”

Responderam os Mentores Espirituais: “ Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos espíritos que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala evolutiva do aperfeiçoamento? ... Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muito séculos.” (1)

            Além dos flagelos naturais como: as tempestades, terremotos, inundações, vulcões, Kardec indagou, também, sobre o flagelos terrível e monstruoso da guerra, provocada pelo ser humano.

            - “ Que é o que impele o homem à guerra? “ Resposta: “ Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões” (2)  Mais adiante redargui: “ Da face da Terra, algum dia, desaparecerá?” “ – Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.” (3)

            Em esclarecimento mais amplo, Kardec afirma: “ A humanidade tem realizado, até o presente, i incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançados sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhe ainda  um imenso progresso a realizar e de fazerem entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem  o bem-estar moral.”. ( A Gênese, Allan Kardec, cap. XVII – São chegados os tempos – item 5) (4).

            Já pudemos afirmar: “ O progresso é lento, mas a humanidade, de forma geral, ou o homem particularmente, não podem permanecer indefinidamente na ignorância porque precisam atingir os fins que lhes foram assinalados pelo Criador.”. (5)

            Dessa forma, o Espiritismo assinala a fraternidade e a solidariedade entre as pessoas, que devem superar o egoísmo e o orgulho individual e coletivo para o estabelecimento da paz e da harmonia entre os seres e coletividades.

Referência bibliográfica:

(1)  O livro dos espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, questão nº 737

(2)  Idem, idem, questão nº 742

(3)  Idem, idem, questão nº 743

(4)  A Gênese, Allan Kardec, Ed. FEB, Cap. XVII, São chegados os tempos, item 5.

(5)  O Espiritismo e a política: contribuições para evolução do ser e da sociedade, Aylton Paiva, Ed. FEB, Cap. 8 – A conceituação do progresso na Doutrina Espírita.

Assunto correlato: A hora é de agir -  live de André Trigueiro: https://www.youtube.com/live/ XFa5DIlt8E?=el105SEjGDZRoNH9