Aylton
Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
Desde as eras mais remotas os seres
humanos sempre temeram ou adoraram forças que lhes eram superiores,
representando Deus nessas forças.
Na infância
da humanidade intelectual o medo e a
adoração se ligavam a coisas ou eventos físicos, como: a montanha, o vendaval,
os raios e trovões.
As coisas
boas da vida também eram nomeadas como seres divinos a proteger-lhes a saúde, a
caça, o bom tempo, a colheita. Assim, esse medo ou temor passam a ser reverenciados de forma individual
e coletiva, surgindo os rituais de adoração. Junto com eles emergem pessoas que se colocavam como intermediários
entre os seres poderosos, os deuses e as pessoas, dando início às classes
sacerdotais e aos rituais de adoração por elas estabelecidas e dirigidas.
Desta forma
a interpretação da ligação da criatura
com o Criador deu origem aos rituais e aos templos de pedras, bem como, às
classes sacerdotais, através do tempo.
Jesus
inaugura nova era, sua ligação com o Supremo Criador era do filho para com o
Pai, isto é, adorava-O em espírito e verdade.
Ele afirma:”
Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim.” ( João,
14-1). Estabelece de forma objetiva e direta a possibilidade de a pessoa entrar
em contato direto com Deus e com Ele.
Seus
ensinamentos não eram transmitidos em templos de pedras, nem através de rituais
ou cerimônias, e sim no meio do povo. O
Mestre Jesus ensinava para a igreja: assembleia
pública, ou seja, para a ekklesia, no idioma grego ou ecclesia na língua
latina.
Portanto, a
igreja como templo de pedras foi criação dos homens.
Com o
Espiritismo surge uma nova era, a Filosofia Espírita trazida pelos Mentores
Espirituais relembra a forma de adoração a Deus por Jesus e, com os novos
tempos, esclarece e detalha essa forma de adoração.
Na questão
número 654, indagou Allan Kardec: “Tem Deus preferência pelos que o adoram
desta ou daquela maneira?” E os
espíritos responderam: “ Deus prefere os que o adoram do fundo do coração,
com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julga honrá-lo com cerimônias
que os não tornam melhores para com os seus semelhantes.” (1)
A adoração a
Deus, conforme o Espiritismo tem uma ação na sociedade ou, de forma mais ampla,
no planeta em que se vive, ou seja fazer o bem e evitar o mal.
Esse
conceito de adoração a Deus propõe não
só a reforma íntima, chamada
autoeducação, como a reforma da sociedade em seus padrões de egoísmo e
orgulho, pelos quais se geram as desigualdades e as injustiças.
O
Espiritismo ajuda na compreensão das limitações humanas e na proteção divina,
nunca impondo a submissão castradora, de inibição às potencialidades humanas.
Pelo contrário, demonstra que a oração, ao aproximar a criatura do Criador,
constitui-se numa possibilidade de estudo de si mesma. As boas ações são as
melhores preces, por isso valem os atos
mais do que as palavras.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
(1)
O
livro dos espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, tradução Guillon Ribeiro, 3ª Parte
– Das leis morais – I Da lei de
adoração.
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