CAUSAS DO SOFRIMENTO
“Bem aventurados os que choram, pois que
serão consolados. Jesus” (Mateus, cap. 5, item 4).
Analisada
essa declaração de Jesus sob o ponto de vista apenas da vida material ela se
mostra contraditória.
Como
pode uma pessoa ser bem aventurada se ela está chorando?
Nem
sempre aqueles que choram conseguem ser consolados durante toda a sua
existência física.
Inegavelmente
Jesus fazia essa afirmação ponderando a vida em sua extensão maior aludindo à
continuidade da vida além da morte. A vida em sua dimensão espiritual.
Mesmo
nessa ordem de considerações não é apenas porque a pessoa chora é que ela adquire
direito ao consolo compensatório.
A
Doutrina Espírita esclarece que a dor física ou moral, quase sempre, é um
alerta disparado para dizer que algo não está indo bem em nossas vidas.
A
dor física é importantíssima na preservação da própria vida. Ela está
informando que algo não está bem em nosso organismo e é necessário restabelecer
a harmonia das células e dos órgãos.
Mesmo
quando sofremos traumatismos externos pela ocorrência de acidentes que atingem
o corpo físico, a dor é o sinal de que as estruturas atingidas deverão ser
imediatamente atendidas para evitar mal maior.
De
modo semelhante, a dor moral indica que algo em nossa vida de relação com o
outro, com o mundo não vai bem.
Essa
dor pode originar-se nos conflitos domésticos: no relacionamento entre o casal,
dos pais para com os filhos, dos filhos para com os pais, conflitos entre
irmãos.
Também
tal dor pode ter sua origem nos contatos sociais fora do lar: no ambiente de
trabalho, nas atividades empresarias, nas atividades sociais, nas práticas
esportivas e até mesmo no ambiente religioso.
Enfim,
o comportamento não está adequado e assertivo.
Torna-se
necessário, então, ter a inteligência emocional para saber enfrentar os
conflitos geradores dessas dores encontrando a possível harmonização.
Analisando
essas causas assim se manifesta Allan Kardec (1):
“ Remontando-se à origem dos males
terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do
proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem
por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho
e de sua ambição!
Quantos se arruínam
por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido
limitar seus desejos!
Quantas uniões
desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas
quais o coração não tomou partem alguma!
Quantas dissensões e funestas
disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!
Quantas doenças e
enfermidade decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!
Quantos pais são
infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más
tendências!”
Mais
adiante ele conclui: ”A quem, então, há
de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o
causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais
simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a
má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.
Os males dessa natureza
fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes
da vida. O homem as evitará quando trabalhar por ser melhorar moralmente, tanto
quanto intelectualmente.”
Portanto, antes de aguardar o consolo é
melhor ser previdente e usar o bom senso!
Que
se aguarde o consolo, como disse Jesus, relativamente à dores para as quais não
concorremos e não pudemos evitar o seu aparecimento.
Bibliografia:
(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan
Kardec, Ed. FEB, cap. V, itens 1 e 4.
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