Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
Poderia
sempre o homem, pelos seus esforços, vencer
suas más inclinações?
Sim, e
frequentemente fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a
vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços! (Q.
909, de O livro dos Espíritos, Allan Kardec).
Como o
Espiritismo é uma doutrina evolucionista ele revela a necessidade de
aprimoramento do ser humano como condição indispensável à sua própria
felicidade. Esse aprimoramento se refere tanto ao aspecto intelectual
quanto moral.
Não há
dúvida que o desenvolvimento intelectual é admirável, à vista das conquistas da
Ciência e da tecnologia, todavia o mesmo não se dá com a tanta intensidade no
campo da Moral. Óbvio que, nessa área, tem havido evolução, contudo, pelo
próprio conhecimento das ciências, esse desenvolvimento já deveria ser bem
maior.
O empecilho
à essa evolução é o predomínio do
interesse exacerbado dos gozos materiais, denominados vícios, em detrimento às
satisfações nos campos da Moral, do Direito, da
Justiça, da Arte.
A Ética
Espírita aponta como o pior desses vícios o egoísmo. Esclarece que derivam dele
os demais males, pois na base deles sempre se identifica o sentimento negativo.
Assim, é necessário que se estude os meios para transformar o egoísmo em altruísmo.
O egoísta
coloca-se como sendo o centro da vida e do universo. Todas as coisas e seres
devem atender aos seus interesses. A pessoa egoísta não admite a igualdade, a
justiça, o amor e a liberdade. Para ter seus objetivos atendidos ela não
titubeia em tripudiar o direito do
próximo, de maneira individual ou coletiva.
Refletindo
sobre o seu enquistamento no ser humano, indagou Allan Kardec aos Mentores
Espirituais que trouxeram a Filosofia Espírita:” Fundando-se o egoísmo no
interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo do coração humano. Chegar-se-á
consegui-lo?
- À medida que os
homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão à coisa
materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o
entretêm e excitam. Isso dependerá da educação”. ( O livro dos espíritos, Q. 914. Allan Kardec).
A orientação
é no sentido de é que a compreensão da
vida espiritual liberta o ser humano da escravidão às coisas materiais, ou
seja, estas deixam de ser um fim em si mesmas para se transformarem em
instrumentos do progresso espiritual.
Alertam, também, sobre a necessidade de transformação das instituições
que geram e estimulam o egoísmo em instrumentos que desenvolvam o altruísmo.
Para se
alcançar tal objetivo é preciso promover a transformação, através do instrumento da educação no seu
amplo sentido, ou seja, a conscientização e a vivência das pessoas, de forma
individual e coletiva, dos princípios da justiça, da igualdade, da liberdade ,
do amor e da caridade.
REFLEXÕES:
1. Como poderemos vencer as inclinações
ao egoísmo?
2. Só o desenvolvimento intelectual:
científico e tecnológico é suficiente para o ser humano viver bem?
3. Por que o egoísmo é a base para
outras imperfeições humanas?
4. Como pensa e sente o egoísta?
5. Como a educação moral poderá mudar a
situação do egoísmo individual e coletivo?
REFERÊNCIA
BILIOGRÁFICA:
1. O livro dos espíritos, de Allan
Kardec, ed. FEB
2. Espiritismo e Política: Contribuições
para a evolução do ser e da sociedade,
Cap. 10, Aylton Paiva, ed. FEB.
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