Aylton Paiva - paiva.aylton@terra.com.br
Conversava com o amigo Guilherme quando ele comentou sobre a dificuldade da convivência, a começar com os próprios familiares.
Disse-lhe:
ontem li uma página muito interessante escrita pelo espírita e psicólogo
Adenauer Novaes sobre o assunto e estou com o livro aqui, vamos dar uma lida?
-
É interessante... até mesmo a coincidência.
-
Adenauer comenta: “ A vida a dois, por mais amor que exista, é sempre o desafio
no qual a união harmônica deveria prevalecer no final. O encontro inicial se dá
por vários fatores que fazem com que uma pessoa se relacione com outra. Para a
manutenção da relação devem concorrer os seguintes requisitos: identidade de
propósitos, amizade e atração sexual. Sem eles a relação corre o risco de ser
tornar instável. Quando um deles falta, o casal deve tomar consciência disso e
buscar juntos alternativas de solução.
Psicologicamente
uma relação é a busca por um complemento que se realiza de forma arquetípica.
São opostos que tentam se reconciliar no encontro amoroso, e assim o fazem para
que a necessária coniuctionis ocorra,
isto é, para que cada um integre em si o que projeta no outro e o que com ele
apreende.
Cada
um busca seu complemento, por esse motivo não deve esperar que pensem da mesma
maneira ou que gostem das mesmas coisas. Querer a igualdade entre os dois é
anular um deles. Não se deve pensar que, por serem diferentes, não possa a
relação dar certo ou ser bem conduzida.
Um
outro na vida de alguém deve levá-lo ao encontro consigo mesmo e à
transformação de que necessita na vida. A união a dois deve levar ambos ao
autoconhecimento, à descoberta de si mesmo, à transformação na vida social e à iluminação
do Espírito”. (1)
Mais
adiante, comentando a convivência no lar, ele prossegue:
“
Podemos sonhar com um lar no qual gostaríamos de viver, com características
ideais e que nos permitisse viver em paz e feliz. Porém, esse lar é sempre
fruto da construção pessoal de cada um. Não é algo que recebemos gratuitamente,
mas que construímos ao longo das vidas sucessivas do espírito que somos.
Pode-se
pensar num lar onde haja discussões e preocupações, visto que são contingências
naturais da vida
Construamos
um lar como um ambiente de paz e harmonia, mas constituído por pessoas que
possam, momentaneamente, apresentar algum tipo de insatisfação ou angústia. Afinal
de contas a Vida oferece desafios constantes, os quais nos cabe vencer e com
eles aprender”. (2)
Não
são interessantes as considerações que ele entretece sobre a compreensão e a
divergência, o conflito e a paz; a busca da igualdade e a diferença?
-
De fato, o entendimento e a paz nunca serão frutos da submissão e da mesmice,
ponderou Guilherme.
-
Sim! A liberdade de pensamento é um direito consagrado nas legislações
avançadas e
Por
outro lado, em análise anterior assim os Mentores Espirituais também se manifestaram:
“ Não há liberdade absoluta, porque precisais uns dos outros, assim os pequenos
como os grandes “. ( Questão nº. 825)
Interpôs
Guilherme:
-
Então como encontrar o equilíbrio necessário?
-
Nas insatisfações e conflitos vamos procurar exercitar os princípios da
Justiça: reconhecer os direitos do outro e claramente delimitar os nossos.
-
Belo desafio!
-
Vamos enfrentá-lo?
Bibliografia: (1) e (2) – O
Evangelho e a Família, Adenauer Novaes, Ed. Fundação Lar Harmonia, págs. 57 e
58;
(3) – O Livro dos Espíritos,
Allan Kardec, Ed. FEB
Nenhum comentário:
Postar um comentário